Campeã olímpica Rafaela Silva é flagrada em exame antidoping

Judoca dará explicações sobre o caso em coletiva nesta sexta-feira, no Rio de Janeiro

imagem cameraRafaela Silva é a 4ª colocada no ranking mundial na categoria até 57kg (Foto:Roberto Castro/rededoesporte.gov.br)
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 20/09/2019
12:52
Atualizado em 20/09/2019
15:13
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A judoca Rafaela Silva, campeã olímpica nos Jogos Rio-2016, testou positivo para uma substância proibida pela Agência Mundial Antidoping (Wada) durante os Jogos Pan-Americanos de Lima. A atleta, do Instituto Reação, dará explicações sobre o caso em uma coletiva nesta sexta-feira, às 15h, na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio). 

O exame de Rafaela apontou resultado analítico adverso para fenoterol, que tem efeito broncodilatador e é utilizado no tratamento de doenças respiratórias, como a asma. 

A carioca levou o ouro no Pan, em agosto, na categoria até 57kg. No final daquele mês, faturou dois bronzes no Campeonato Mundial, disputado em Tóquio, no Japão, um no individual e outro por equipes. Ela ainda tem um ouro (no Rio, em 2013) e uma prata (em Paris, em 2011) no evento internacional.

Em quarto no ranking de sua categoria, Rafaela luta pela classificação para os Jogos de Tóquio-2020. A Federação Internacional de Judô (IJF) publicará o caso nos próximos dias.

A judoca será defendida pelo advogado Bichara Neto, que cuidou do caso do nadador Gabriel Santos, suspenso por um ano pela Federação Internacional de Natação (Fina) e que ficou fora do Pan e do Mundial, por uso de clostebol, um esteroide anabolizante. Ele alegou que usou dias antes da coleta uma toalha de seu irmão, que utiliza uma pomada cicatrizante com a substância.

Brasil soma casos de doping em 2019

O ano de 2019 tem sido de más notícias para os esporte brasileiro no assunto doping. Este é o segundo caso no judô. Em janeiro, Jessica Pereira, da categoria até 52kg, testou positivo para o diurético furosemida, em exame fora de competição. Ela se colocou voluntariamente em suspensão e pegou 18 meses. A defesa tenta reduzir a pena, baseada em casos semelhante, para tentar um lugar na Olimpíada do ano que vem.

Em setembro, o órgão responsável pelo controle antidoping da Associação Internacional das Federações de Atletismo (Iaaf) informou a suspensão de Andressa de Morais, prata no Pan de Lima no lançamento de disco, por uso de SARM-22. Ela é a sexta colocada no ranking mundial da prova.

O ponteiro Rodriguinho também testou positivo para uma substância proibida durante o Pan. Ela não foi revelada. De acordo com o jornalista Bruno Voloch, o atleta teria utilizado suplemento alimentar sem avisar a comissão técnica da Seleção Brasileira de vôlei. O atacante está suspenso provisoriamente.

Outros atletas de expressão caíram no antidoping este ano, como Bia Haddad Maia, melhor tenista do país no ranking da WTA, suspensa provisoriamente por uso de substâncias do tipo SARM (moduladores seletivos do receptor de androgênio, utilizados como alternativa a esteroides anabolizantes).

Maria Clara Lobo, do nado artístico, cortada antes do início do Pan de Lima, e o ciclista Kacio Freitas, bronze na prova de velocidade por equipes no evento continental, também tiveram resultados analíticos adversos para furosemida e um tipo de SARM, respectivamente. Os atletas ainda serão julgados, e o país pode perder a medalha, conquistada ao lado de Flavio Cipriano e João Vitor da Silva. O ciclismo acumula diversos casos de doping nos últimos dois anos.

No final de 2018, Victória Marchesini, considerada umas das apostas do Brasil no pentatlo moderno, testou positivo para oxandrolona e GW 501516. Ela foi suspensa provisoriamente.

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