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Relembre o Grande Prêmio dos EUA de 2005, onde seis carros competiram

Episódio manchou a imagem da categoria no país

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imagem cameraApenas Ferrari, Jordan e Minardi correram (Foto: Acervo Lance!)
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João Pedro Rodrigues
Rio de Janeiro (RJ)
Supervisionado porPedro Werneck
Dia 18/10/2024
17:57

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Neste fim de semana, a Fórmula 1 retorna a Austin, no Texas, para mais um Grande Prêmio dos Estados Unidos, a 45ª edição no país e 12ª no Circuit of the Americas. Nos dias atuais, a categoria é um enorme sucesso nas terras americanas, mas um episódio em 2005 manchou a imagem da F1 no país por alguns anos. Antes de sediar a prova no circuito texano, o campeonato passou por diversos locais no país, como Watkins Glen, Dallas e Indianápolis, sendo o último famoso por um dos maiores vexames da história da Fórmula 1.

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➡️ GP dos Estados Unidos: onde assistir e horário da próxima corrida da Fórmula 1

Na intenção de se popularizar no país, a F1 trouxe de volta o Grande Prêmio dos Estados Unidos ao lendário Indianapolis Motor Speedway. O circuito usava o traçado misto, com uma linha reta e uma curva oval na IndyCar, circulando no sentido dos ponteiros do relógio. O público americano compareceu em peso nas primeiras edições, inclusive em 2001, apesar de o Grande Prêmio ter sido realizado três semanas depois do 11 de setembro.

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(Foto: Reprodução)

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A Fórmula 1 estava mudada em 2005, já que a grande dominância da Ferrari nos cinco anos anteriores havia acabado após uma mudança de regulamento que proibia a parada nos boxes para troca de pneus, permitindo apenas que os carros fossem reabastecidos. As substituições dos pneumáticos só seriam autorizadas em caso de furo ou dano.

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Além disso, a categoria passava por uma "Guerra de Pneus", onde Michelin e Bridgestone disputavam nas pistas quem tinha o melhor desempenho. A fabricante francesa fornecia pneus para sete equipes: BAR, McLaren, Red Bull, Renault, Toyota, Sauber, e Williams. A empresa japonesa, por sua vez, tinha parceria com Ferrari, Jordan e Minardi.

Mechanics wait near Ferrari with Bridgestone tyres during free practice session at French Grand Prix
(Foto: Acervo Lance!)

No começo da temporada, Fernando Alonso, da Renault, e Kimi Raikkonen, da McLaren, levaram a melhor e despontaram para o topo, mostrando um domínio da Michelin.

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Em junho, a Fórmula 1 chegava para mais uma realização do GP dos Estados Unidos em Indianápolis, a nona etapa do campeonato. Na primeira atividade em pista, na sexta-feira, Ralf Schumacher, piloto da Toyota, bateu forte no muro da curva 13 do circuito por conta de uma falha no pneu traseiro esquerdo. Ele não pôde competir e foi substituído pelo brasileiro Ricardo Zonta, piloto de testes da equipe, para o resto do fim de semana. A curva em questão era a única inclinada que os pilotos percorriam em velocidade máxima, o que causava uma pressão nos pneus maior do que o habitual.

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(Foto: Reprodução)

Com o risco de novos acidentes acontecerem, a Michelin procurou entender o caso, mas não encontrou respostas. A fabricante francesa até anunciou a intenção de pedir novos conjuntos de pneus à sede em Clermont-Ferrand. Infelizmente, os pneus solicitados para a substituição eram do mesmo tipo utilizado no Grande Prêmio da Espanha no início do ano, que apresentaram o mesmo problema quando testados.

Mesmo com os riscos, na classificação, Jarno Trulli, da Toyota, marcou a pole position para a corrida que seria realizada no domingo. O italiano foi seguido por Kimi Raikkonen (McLaren), Jenson Button (BAR), Giancarlo Fisichela (Renault) e Michael Schumacher (Ferrari), respectivamente.

Após a sessão, representantes da Michelin e das equipes que utilizavam os pneus da fabricante francesa tentaram chegar a um acordo com a Federação Internacional de Automobilismo (FIA). A melhor ideia que surgiu foi a instalação de uma chincane na curva 13, que ajudaria na sobrecarga dos pneus. Nove das dez equipes aceitaram o acordo. A exceção foi a Ferrari, que deixou a decisão nas mãos da FIA.

Com o veredito final, a FIA rejeitou a chincane. A Federação alegou que não haveria tempo para realizar as mudanças adequadas e temia problemas jurídicos, pois, caso os problemas na pista persistissem, a entidade seria totalmente responsabilizada. Além disso, a FIA considerou que a medida seria injusta com as equipes que tinham os pneus corretos para a corrida.

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(Foto: Acervo Lance!)

Com a negativa, equipes e Michelin propuseram novas ideias, como manter a curva 13 em bandeira amarela durante toda a prova, pits stops frequentes para evitar os estouros ou até ignorar a decisão da FIA, instalando o chincane e realizando a corrida sem valer pontos para o campeonato. No entanto, todas as propostas foram recusadas e a fornecedora francesa teve que proibir a participação de todas as suas equipes clientes da prova.

No dia da corrida, todas as equipes se alinharam para a volta de apresentação. Ao fim do procedimento, porém, todos os 14 carros com o pneu Michelin foram recolhidos para a garagem. O GP teve início com apenas Ferrari, Jordan e Minardi na pista. A torcida não ficou nada feliz, vaiou e arremessou objetos no circuito.

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(Foto: Acervo Lance!)

Na pista, Michael Schumacher venceu em dobradinha da Ferrari com Rubens Barrichelo, a primeira e única vitória da equipe italiana em 2005. O português Tiago Monteiro, da Jordan, completou o pódio.

Após o final de semana, a Michelin concluiu que os pneus não tinham problemas estruturais, mas não eram adequados para curva 13, que havia sido reasfaltada naquele mesmo ano para receber frisos. Com isso, as cargas laterais aplicadas ao pneu traseiro esquerdo foram muito maiores do que a fabricante havia estimado, o que provocou os estouros.

A FIA considerou a Michelin a grande culpada pelo episódio, mas como não poderia punir diretamente a empresa francesa, por ser apenas a fornecedora, repassou a culpa para as equipes clientes, o que gerou certa tensão política. Com isso, a Federação desistiu de aplicar a penalidade para acalmar a situação.

Para agradar os fãs, a Michelin reembolsou todos os torcedores e sorteou cerca de 20 mil ingressos para a corrida de 2006. No total, foi estimado que a ação da empresa francesa custou oito milhões de libras (R$ 28 milhões na época). Apesar disso, 2005 e 2006 foram anos positivos, com Fernando Alonso e a Renault conquistando dois títulos mundiais.

Para a Fórmula 1, as consequências da corrida foram devastadoras, principalmente por ter acontecido nos Estados Unidos, onde a categoria sempre buscou se estabelecer. A categoria retornou para Indianápolis em 2006 e 2007, mas já sem muito apelo, o que deixou o país fora do calendário até 2012, quando a F1 chegou a Austin, no Texas, no Circuit of the Americas.

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(Foto: Acervo Lance!)

Desde então, a categoria voltou a crescer em passos lentos nos EUA até ser comprada pelo conglomerado americano Liberty Media em 2017. De lá para cá, tudo mudou. Após o lançamento da série "Drive To Survive", na Netflix, o público dos Estados Unidos começou a lotar o circuito em Austin e, hoje em dia, a F1 corre em mais duas cidades no país: Miami e Las Vegas.

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