Gigante. Lendário. Histórico. São muitos adjetivos para tentar definir a importância de Hugo Hoyama no esporte brasileiro. Com o início do Mundial de Tênis de Mesa, no qual o Brasil já estreou pelas modalidades masculina e feminina, o ex-mesatenista falou com exclusividade ao LANCE! sobre os destaques da amarelinha, o período como técnico e as expectativas na competição.
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O Mundial de Tênis de Mesa ocorre na China, em Chengdu, uma das "capitais" do esporte. A competição é realizada entre equipes: tanto na modalidade feminina quanto na masculina, o Brasil é representado por um trio de atletas.
Aos 53 anos, Hoyama se mostrou bastante entusiasmado para acompanhar os times nessa edição de torneio. Além de acompanhar o esporte como um admirador, ele segue trabalhando como treinador.
Esperança de bons desempenhos dos trios
Atleta com mais participações olímpicas na história do tênis de mesa - seis como jogador e duas como treinador -, Hugo Hoyama falou ao L! sobre o número 5 do mundo, Hugo Calderano, e a competitiva equipe masculina.
- Pelo Hugo Calderano estar brigando há muito tempo entre os melhores do mundo, ele impõe muito respeito para as outras equipes. Com isso, acreditando também no Erick e no Vitor, com essa motivação a mais de terem como companheiro um dos melhores do mundo, eles podem jogar mais motivados e confiantes. Quem sabe, brigar por semifinal ou pódio - analisou.
A seleção masculina estreou contra a Dinamarca e venceu com um pouco de dificuldade. Calderano e Erick Jouti bateram seus adversários, enquanto Vitor Ishiy foi derrotado na sua participação na partida.
Já as meninas disputaram duas rodadas e obtiveram resultados distintos. Contra a África do Sul, vitória tranquila. Mas contra a Itália, na última sexta, foram derrotadas.
- Vão brigar jogo a jogo. Elas sabem da dificuldade que é enfrentar as melhores do mundo, mas vejo que estão bem preparadas, Bruna está em um bom momento e, para elas, o importante é jogar. A Giulia e a Laurinha são muito novas, vai ser a primeira competição desse nível delas, então é pensar jogo a jogo. O importante é adquirir o máximo de experiência - ressaltou Hugo Hoyama.
Número 21 do mundo, Bruna Takahashi é a mais experiente da equipe e possui apenas 22 anos. Sua irmã Giulia e a promessa Laura têm, respectivamente, 17 e 18 anos.
Hoyama era treinador da seleção feminina até novembro do ano passado, quando passou a se dedicar apenas pelo Palmeiras, onde é técnico e ex-jogador. Para o LANCE!, ele ressaltou o quão importante foi a experiência.
- Me fez crescer muito dentro do tênis de mesa. Adquiri muito conhecimento em termos de liderança, de lidar com atletas e isso foi muito importante para mim. Foram grandes e inéditos resultados. Acho que, com elas (atletas), fizemos um bom trabalho. Não sou mais técnico, mas sigo torcendo muito por elas - declarou.
Crescimento da modalidade
O desenvolvimento do esporte sempre é uma pauta importante, sobretudo quando o debate abrange modalidades com menor visibilidade e, consequentemente, menos investimento.
Apesar de todos os obstáculos, o tênis de mesa vem crescendo no cenário nacional, com uma boa geração marcando presença no mundial. Dessa forma, Hugo Hoyama fez questão de agradecer ao trabalho de um profissional específico.
- Laurinha, Giulia e Vitor podem seguir o caminho da Bruna (que está muito bem no ranking). Isso mostra que o trabalho iniciado pelo antigo treinador da seleção masculina, Jean-René Mounié, e hoje técnico particular de Calderano, foi fundamental na mentalidade e estrutura do tênis de mesa brasileiro.
- Isso fez a gente alcançar este nível. Estamos no caminho certo. Existem mais chances de termos atletas no top 50, top 20, top 10, é muito maior hoje - comemorou o mesatenista.
É possível destronar os chineses?
Donos da casa, a equipe chinesa é praticamente imbatível nas duas categorias. Desde 1995, a China só perdeu um campeonato mundial por equipes.
Seguindo essa perspectiva, Hugo Hoyama foi bastante sincero sobre as chances de medalha de ouro das equipes do Brasil, principalmente a masculina.
- Na China, é um pouco mais difícil. Não é nem questão do Hugo conseguir destronar os chineses. A China está em um nível de equipe, com três jogadores de muito alto nível. Mas dá para brigar com países como Alemanha, Coreia, Japão… Mesmo um pouco abaixo, dá para brigar por grandes vitórias - salientou.
No masculino, a China possui os três melhores atletas rankeados do planeta. Na categoria feminina, as quatro primeiras atletas do ranking são do país mandante.
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As equipes brasileiras seguem em Chengdu para disputar as próximas rodadas do Mundial de Tênis de Mesa. O time masculino encara Portugal neste sábado, às 23h (de Brasília). Já a seleção feminina joga contra Hong Kong no próximo domingo.
Nos dois jogos, embora ocorram muito longe do território brasileiro, as equipes do Brasil certamente terão um torcedor especial: o lendário e carismático Hugo Hoyama.
Estagiário, sob a supervisão de Ricardo Guimarães