O ano de 2021 ficou marcado pela afirmação de uma nova geração de atletas vitoriosos, que fizeram bonito em campeonatos nacionais, mundiais e, claro, nos Jogos Olímpicos de Tóquio. O grande exemplo, sem dúvida, fica por conta da ginasta Rebeca Andrade, que encerrou a temporada com oito medalhas, sendo cinco douradas.
Nada mal para quem tem só 22 anos. Mas outros nomes também mostraram que chegaram para ficar: Alison dos Santos, o Piu, dos 400m com barreiras do atletismo, Rayssa Leal, a Fadinha, do skate street, Daniel Cargnin, do judô, e Hebert Conceição, do boxe, são outros exemplos.
Da favela para o mundo
Mais talentosa ginástica do Brasil nos últimos anos, mas ainda não tão conhecida pelo público geral até os Jogos, Rebeca Andrade encerra o ano não só como destaque na modalidade, mas do esporte brasileiro em geral.
A atleta do Flamengo nasceu na periferia de Guarulhos (SP) e fez história ao se tornar a primeira mulher brasileira a ganhar uma medalha olímpica na ginástica artística. E foram logo duas: ouro no salto e prata no individual geral. Esta última veio muito por conta de sua performance com "Baile de Favela", no solo, uma forma de homenagear as suas origens.
Os resultados recompensaram o esforço de Rebeca e a resiliência diante das lesões no joelho direito. Ela passou por cirurgias em 2015, 2017 e 2019. Por conta disso, não pôde disputar as Olimpíadas do Rio, em 2016, e estava praticamente fora dos Jogos de Tóquio, caso fossem realizados em 2020. Mas o adiamento por um ano por conta da pandemia da Covid-19 deu tempo para que a brasileira recuperasse o corpo, assegurasse a classificação e chegasse ao Japão em sua melhor condição física e técnica.
Além das duas medalhas olímpicas, Rebeca fechou o ano com dois pódios no Mundial do Japão: ouro no salto e prata nas barras assimétricas. Também ficou com ouro (barras assimétricas) na Etapa da Copa do Mundo de Doha, competição em que ela ainda faturou o bronze na trave. Por fim, ela garantiu dois ouros no Pan-Americano de ginástica, no Rio: individual geral e por equipe. O desempenho estupendo fez Rebeca ser eleita a Atleta do Ano no "Prêmio Brasil Olímpico", entregue pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB).
Uma novata com qualidade de veterana
No skate, vários atletas se destacaram, mas uma delas chamou mais a atenção pela fofura, pela pouca idade e, claro, pela desenvoltura em meio às veteranas: Rayssa Leal, a Fadinha. Com só 13 anos, a adolescente de Imperatriz (MA) ficou com a prata no skate street nos Jogos Olímpicos. Ainda em 2021, ela faturou um bronze no Mundial de Roma e uma prata na edição de Jacksonville (EUA). Já nas etapas de Lake Havasu e Salt Lake City, ambas nos EUA, foi campeã.
Outra jovem skatista que se destacou no ano foi Pâmela Rosa, que completou 22 anos em julho. Nesta temporada, ela ficou com o ouro no Mundial de Jacksonville (o mesmo que Fadinha foi prata). Ela ainda ficou com o primeiro lugar nos Jogos Pan-Americanos Júnior de 2021, na Colômbia. Ela competiu nas Olimpíadas lesionada e poderia ter feito ainda mais história nesta temporada.
O carisma de um paulista "Malvadão"
No atletismo, outro jovem se destacou pelo resultado, mas também pelo carisma: o paulista Alison dos Santos, o Piu, foi bronze nos 400m com barreiras nos Jogos Olímpicos. Com só 21 anos, ele também faturou uma prata no Campeonato Mundial de Revezamentos, na Polônia: 4x400m com barreiras. Ao dançar "Vulgo Malvadão" em Tóquio, mostrou todo seu carisma e habilidade também com a dança.
Enquanto Alison fez história correndo, Daniel Cargnin e Hebert Conceição fixaram seu nome na nova geração de brasileiros vitoriosos com muita luta. Literalmente. O judoca gaúcho foi bronze na categoria até 66kg, enquanto o pugilista ganhou ouro na categoria até 75kg. Ambos tinham 23 anos quando subiram no pódio.