Ruanda anunciou, nesta sexta-feira (13), sua candidatura para fazer parte do calendário da Fórmula 1. A intenção foi feita durante a tradicional festa de premiação da FIA na capital do país, Quigali, em evento que contou com a presença do presidente da organização, Mohammed Ben Sulayem, além do presidente da nação africana, Paul Kagame, e seu Ministro dos Esportes, Richard Nyirishema.
O circuito está sendo projetado pelo ex-piloto Alexander Wurz há mais de um ano junto com o governo local e seu representantes. O austríaco também trabalha no desenvolvimento da nova pista em Qiddiya City, na Arábia Saudita, que deve sediar a corrida de F1 quando estiver pronta — entre 2028 e 2029.
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O traçado passará perto do aeroporto planejado na capital africana, em Bugesera, além das florestas e ao redor do lago da cidade, com um layout bastante rápido.
— Estou feliz em anunciar formalmente nossa candidatura para trazer a emoção das corridas de volta à África, sediando um GP de Fórmula 1 — disse Kagame.
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— Um grande obrigado a Stefano Domenicali e à toda sua equipe pelo bom progresso em nossas discussões até agora. Garanto que estamos abordando esta oportunidade com a seriedade e o comprometimento que ela merece — completou.
— Estar aqui em Ruanda para um momento tão importante no calendário da FIA é uma prova da força desta nação, em particular sua crescente influência no automobilismo. Estamos alinhados em nossos valores e objetivos compartilhados em setores-chave como inovação e sustentabilidade. Estou ansioso por nossa parceria contínua, o futuro do automobilismo na África é brilhante — comemorou Sulayem.
Linha do tempo da aproximação entre Fórmula 1 e África
O esforço de Ruanda é o ápice de meses de esforços da FIA em realizar corridas no continente africano. A aproximação começou em dezembro de 2023, quando a federação anunciou a realização do evento de gala no país, uma surpresa pela pouca presença no automobilismo.
Em agosto deste ano, o Presidente do Automóvel Clube de Ruanda, Christian Gakwaya afirmou que o país estava “comprometido e preparado” para receber uma etapa da Fórmula 1. O dirigente apontou que o interesse por uma vaga no calendário faz parte de um projeto maior para incentivar a economia do país por meio do turismo.
No mês de setembro, Domenicali reafirmou o compromento de Ruanda em fazer parte do calendário da F1. “Eles estão sérios, apresentaram um bom plano e teremos reunião. Queremos correr na África, mas precisamos do investimento e da estratégia certos, afinal os países têm outras prioridades. Temos de ser cuidadosos para tomar as decisões corretas”.
A decisão de tentar correr em um dos países mais pobres do mundo não caiu bem dentro do circo da categoria. Ao programar um evento milionário — e a construção de um circuito — em um local assolado pela pobreza e marcado por uma sangrenta guerra civil, a Fórmula 1 despertou a antipatia de alguns nomes importantes.
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Questionado se era o momento certo para voltar ao continente, Lewis Hamilton disse: “100%. Não podemos continuar ignorando a África. Há uma enorme quantidade de trabalho que precisa ser feito lá. Acho que boa parte do mundo que não esteve lá não percebe como é um lugar bonito e acho que ter um GP lá seria ótimo para atrair turismo e todo tipo de coisa. Por que não estamos naquele continente?”.
A Fórmula 1 agora está oficialmente de férias e dá adeus a 2024. A próxima atividade é exatamente a sessão única de testes coletivos de pré-temporada, marcada para os dias 26, 27 e 28 de fevereiro, no Bahrein. A temporada 2025 começa com o GP da Austrália, nos dias 14–16 de março.