Semenya consegue vitória parcial na corte suíça e pode voltar a competir
Bicampeã olímpica nos 800m rasos entrou com apelação contra decisão da Corte Arbitral do Esporte, e Federação Internacional de Atletismo terá de se posicionar até 25 de junho
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A sul-africana Caster Semenya, bicampeã olímpica nos 800m rasos, obteve nesta segunda-feira uma vitória parcial na tentativa de dar sequência a sua carreira nas pistas. Proibida pelas novas regras da Associação Internacional das Federações de Atletismo (IAAF) de disputar a prova que é sua especialidade, devido aos níveis elevados de testosterona no corpo, ela recorreu à corte suíça, que determinou a suspensão do regulamento até então em vigor.
No apelo, a defesa da atleta citou a "necessidade de defesa de direitos humanos fundamentais". Agora, a entidade mundial do atletismo terá de se pronunciar sobre o caso até o dia 25 de junho. Enquanto isso, Semenya estará apta a disputar competições internacionais. Mas o principal objetivo do ano é o Campeonato Mundial, que acontecerá em novembro, em Doha, no Qatar.
– Sou grata aos juízes suíços por essa decisão. Espero que, depois do meu apelo, eu seja novamente capaz de correr livre – disse a meio-fundista, em comunicado.
O novo regulamento da IAAF foi anunciado em abril de 2018. O texto determinou que atletas com "diferenças de desenvolvimento sexual" reduzissem a taxa de testosterona para poder participar de competições com distâncias entre 400m e 1.500m.
O argumento utilizado é de que os níveis elevados do hormônio influenciam por aumentarem a explosão muscular. Semenya nasceu com hiperandrogenismo, condição que faz o corpo produzir naturalmente mais hormônios andróginos.
Segundo a sul-africana, a entidade máxima do atletismo pratica discriminação contra ela. Em maio, a atleta disputou a etapa de Doha da Diamond League, vencendo a prova dos 800m, a última antes da aplicação das novas regras. Após o triunfo, ela reforçou que não tomará medicamentos para se enquadrar.
Após apelação à Corte Arbitral do Esporte (CAS), o órgão concluiu que regras com diferenças de desenvolvimento sexual, as chamadas DSD, eram discriminatórias, mas afirmou que a discriminação era "necessária, razoável e proporcional" para proteger "a integridade do atletismo feminino".
Segundo o regulamento aprovado, estariam impedidas de competir as atletas que não mantiverem os níveis de testosterona abaixo de 5 nanomols por litro de sangue durante, pelo menos, seis meses antes de um evento da IAAF.
Apesar da decisão, Semenya manteve todos os títulos conquistados na carreira, pois no período eles estavam submetidos às regras antigas.
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