WSL: Mundial enfrenta polêmica com atleta bissexual em Abu Dhabi

Nos Emirados Árabes Unidos, a homossexualidade é ilegal e pode levar a penas severas

imagem cameraTyler Wright vence etapa feminina de Pipeline da WSL, a liga mundial de surfe (Foto: Tony Heff/WSL/Divulgação)
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 13/02/2025
12:55
Atualizado há 1 minutos
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A segunda etapa da WSL será realizada em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, a partir da próxima sexta-feira (14). Portanto, o palco da competição gerou preocupações sobre a segurança da bicampeã mundial Tyler Wright, primeira surfista de elite a se identificar publicamente como bissexual.

Nos Emirados Árabes Unidos, a homossexualidade é ilegal e pode levar a penas severas. A legislação do país é parcialmente baseada na Sharia, sistema jurídico derivado dos ensinamentos islâmicos que pode prever punições rigorosas para comportamentos considerados imorais ou contrários à religião.

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Tudo começou com a indignação de Lili Wright, esposa de Tyler e irmã de Mikey Wright, ex-surfista da liga, que também criticou a WSL. O australiano reprovou o Mundial de Surfe por realizar uma etapa em um país onde sua irmã poderia sofrer represálias por ser quem é.

— Vocês apoiaram a bandeira LGBTQIA+ no ombro dela, mas agora querem silenciá-la para levá-la a um local onde ela está em risco — escreveu Mikey nas redes sociais da entidade.

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Lili reconheceu o privilégio de poder falar sobre o tema. A surfista destacou a contradição de realizar um evento internacional em um país onde a existência de atletas LGBTQIAP+ pode ser um problema.

— A identidade de Tyler não deveria ser um obstáculo em seu ambiente de trabalho. — afirmou Lili nas redes sociais.


Em outra publicação, Lili reforçou a gravidade da situação.

— É difícil descrever o impacto emocional disso tudo. Estamos falando da segurança da minha esposa. Se ela decidir competir, saberemos que há leis que podem colocá-la em risco simplesmente por quem ela ama. Isso não deveria ser algo com que um atleta precisa se preocupar. — escreveu Lili.

Há opção da surfista não participar da etapa da WSL?

Surfista australiana Tyler Wright foi campeã da final feminina de Pipeline, no Havaí (Foto: Tony Heff/World Surf League)

Tyler Wright tem a opção de não disputar a etapa. Portanto, o regulamento da WSL não prevê possibilidade de um surfista faltar a uma competição do Mundial devido a riscos à sua identidade ou segurança.

Caso a atleta não decida comparecer sem um atestado médico, poderia ser multada em até US$ 50 mil (R$ 300 mil), além de perder pontos valiosos na briga pelo seu terceiro título mundial — ela é a atual líder do ranking, já que venceu o campeonato de estreia desta temporada, em Pipeline, no Havaí.

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Outra questão é que Tyler e qualquer outro surfista também não podem criticar publicamente a escolha do local ou decisão da WSL. O contrato assinado com a entidade proíbe declarações negativas sobre o circuito e também prevê uma multa de até US$ 50 mil (R$ 300 mil), além de uma possível suspensão.

Até o momento, a WSL ainda não se manifestou publicamente sobre às críticas em relação à etapa de Abu Dhabi.

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