Ex-amigo que ‘impediu’ Messi de jogar no River Plate não quer mais falar sobre o assunto
Por causa de uma janela de carro, Leandro Gimenez brigou com Messi e isso impediu o atacante do Barcelona de jogar no time de Buenos Aires, adversário na final do Mundial
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O telefone de Leandro Gimenez tem tocado mais do que o normal nos últimos dias. Aos 28 anos, o ex-jogador não quer falar. Pede desculpas. Diz não desejar mais tocar no assunto que os jornalistas querem abordar: Lionel Messi.
- Nada contra Leo. Eu o considero meu amigo. Mas é uma história que aconteceu faz muito tempo. Melhor tocar a vida - se desculpa antes de encerrar a ligação.
Por causa de Gimenez, o River Plate não teve Lionel Messi, então um garoto de 12 anos. Em parte por causa de Gimenez, o Barcelona conseguiu o argentino que ganharia quatro títulos de melhor do mundo. Em janeiro, o quinto pode chegar.
O River Plate pode ser lembrado do que perdeu (como se isso fosse preciso...) neste domingo, quando enfrenta o Barcelona no Japão, na final do Mundial de Clubes.
- Nunca mais falei com ele, mas trocamos mensagens por redes sociais. Sei que não guardou mágoa do que aconteceu e isso é importante para mim - completa Gimenez.
E o que "aconteceu" faz os torcedores dos Milionários arrancarem os cabelos de frustração. Messi esteve a poucos dias de assinar com o clube do Monumental de Nuñez. Isso não aconteceu por causa do ex-amigo de Rosário e da janela de um carro.
- Quando fui procurá-lo para pedir desculpas, a família já havia viajado para Barcelona - disse Gimenez para o LANCE! no ano passado.
A história está no folclore do futebol argentino. Os garotos, então com 12 anos, jogavam pelas categorias de base do Newell's Old Boys e foram chamados para um teste no clube da capital. Ambos acabaram aprovados. Pelas próprias palavras de Leandro Gimenez, ele "foi bem, mas Messi foi muito melhor que todos os outros". O pequeno atacante marcou dez gols no jogo-treino.
"Sei que ele não guardou mágoa do que aconteceu e isso é importante para mim", afirma o ex-amigo do jogador do Barcelona
A diretoria do departamento amador do River chamou a dupla, mas disse que não poderia oferecer hospedagem para meninos com menos de 14 anos. O problema parecia resolvido quando a Gimenez ofereceu a casa de parentes em Buenos Aires para Lionel ficar. Estava tudo certo. Mas na volta para Rosario, os dois discutiram. Messi se sentou perto da janela, onde o amigo Leandro queria ficar.
- Você pode ficar na janela, mas não vai ficar na casa da minha família! - disparou Gimenez.
A culpa não foi apenas dele, caro. O pai de Messi, Jorge, procurou os dirigentes do River para tentar encontrar uma solução. Ele estava cansado do Newell's, clube que lhe dava apenas 200 pesos por mês e que o fazia esperar por horas para fazer o pagamento. Para completar, se recusava a financiar o tratamento de hormônios que o filho precisava. O River oferecia mais.
- Eu cheguei a tentar conversar sobre isso, mas eles não tiveram interesse - confirma Jorge Messi.
Pouco depois, viria o convite do Barcelona.
O que se soube nos anos seguinte foi que o River Plate não fez muito esforço para ficar o franzino atacante. O clube não aceitou abrir exceção quanto ao alojamento porque, embora tenha reconhecido o talento de Messi, não o achou tão especial assim. Delem, diretor técnico à época chegou a dizer que a base da equipe tinha "vários iguais a ele".
"Você pode ficar na janela, mas não vai ficar na casa da minha família!", disse Gimenez, acabando com a chance de Messi jogar pelo River Plate
A vida seguiu coberta de glórias para Messi e com menos brilho para Giménez. Meia habilidoso, ficou três anos no River Plate. Nunca se recuperou completamente de uma fratura no pé e perdeu o lugar no clube. Passou por Chacarita e Defensor Belgrano antes de abandonar o futebol, aos 21 anos.
Está na história por motivos tortos, como protagonista de uma das mais curiosas histórias sobre um dos maiores jogadores de todos os tempos.
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