Nadador de São Sebastião (SP) alcança feito e conclui trajeto até Alcatrazes após 15 horas
Ricardo Augusto Oliveira é o único e atravessar a costa da cidade até o arquipélago que é um dos maiores em biodiversidade do país
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Depois de organizar e participar, nos últimos dias 2017, da Volta à Nado de Alcatrazes, o primeiro evento de natação desde a reabertura do Arquipélago situado próximo à São Sebastiaõ (SP), que ficou fechado por mais de três décadas para exercícios de tiro pela Marinha do Brasil, Ricardo Augusto Oliveira foi além e na última terça-feira nadou da praia de Camburi, no continente até o complexo de ilhas.
Ricardo nadou por 15 horas em mar aberto saindo às 18h de segunda-feira e concluindo às 9h de terça-feira, dia 3. Ele é o único a completar o trajeto que é um dos mais desafiadores do país no local que é a segunda maior biodiversidade do Brasil equiparada a Fernando de Noronha e Abrolhos.
Para tal, o nadador que começou na maratona aquática em 2009 depois de sofrer um naufrágio nas ilhas FIJI - teve que nadar por mais de quatro horas para salvar outras pessoas do barco - teve o apoio do ICM Bio, o Instituto Chico Mendes de Biodiversidades, do veleiro Endurance, que acompanhou o atleta com equipe de apoio.
"Desde que cheguei em Camburi, 20 anos atrás, fiquei com muita vontade de ir até Alcatrazes, mas era proibido, então pensei em ir a nado e consegui", disse Ricardo que está radicado em São Sebastião há vinte anos: "Foi um treinamento muito duro com meu treinador, o Álvaro Coleone. Foi bem difícil, travessia com lua cheia, água limpa e vários cardumes nos acompanhando. Fui picado por muitas águas vivas, fiz várias paradas, em algumas não me senti bem, com nâuseas, mas faz parte, o desafio é muito grande. Quando o sol apareceu no horizonte a energia só aumentou e aquele gás final veio para completar o percurso com uma hora de antecedência. Nas horas ruins a cabeça acaba comandando e não deixando desanimar".
"Sou o único que fiz esse trecho, mas adoraria muito que outros atletas topassem e fizessem. Não é só uma das travessias mais bonitas como desasfiadoras e um grande teste para uma das maiores provas de maratona aquática do mundo que é a temida travessia do Canal da Mancha que liga a Inglaterra e França. Meu objetivo com essa travessia foi não só desafiar meu corpo, mas também divulgar que é possível e buscando fomentar também o turismo na região que é umas das mais belas do país. Alcatrazes é deslumbrante e muito rico em fauna marinha".
No fim de dezembro, Ricardo organizou e participou da Volta à Nado de Alcatrazes onde ele e mais seis grandes atletas da história da Maratona Aquática do país foram no veleiro Endurance e nadaram pela primeira vez em volta do arquipélago totalizando 7,5km de travessia. Entre os nadadores, Igor de Souza, que até o ano passado foi o treinador da Seleção Brasileira de Maratona Aquática e comandou Poliana Okimoto à conquista da Medalha nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, também bicampeão Mundial de Maratona Aquática em 1996 e 1998 e um dos três brasileiros no Hall da Fama da Federação Internacional de Natação, a FINA, junto com Maria Lenk e Abilio Couto. A Volta à Nado contou com outros nomes como Marta Mitsui Izo, paulista e que detém recorde da travessia do Canal da Mancha no revezamento 4x4 em 2011 com mais três brasileiras e que também nadou a travessia em Nova York por quase 200km.
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