O Flamengo precisa, em média, de 6,6 finalizações para marcar um gol no Campeonato Brasileiro de 2019. É a melhor marca da competição. Na Libertadores, por coincidência, o número é exatamente igual. Contra o Grêmio, nesta quarta-feira, porém, a eficiência rubro-negra foi ainda maior.
Para marcar cinco vezes sobre o Tricolor Gaúcho, a equipe de Jorge Jesus precisou finalizar apenas 15 vezes. Ou seja, anotou um tento a cada três tentativas. Dez delas foram no alvo - um aproveitamento de 66% -, o seu segundo maior volume na competição, perdendo apenas para o 6 a 1 diante do frágil San José, quando mandou 14 bolas na meta boliviana.
Grande parte dessa ofensividade se deu graças a pressão na bola bem feita pela equipe. Dos 13 desarmes certos do time no jogo, segundo dados do Footstats, oito foram realizados pelos homens de frente: Arrascaeta (2), Gérson (2), Gabigol (1) Vitinho (1), Bruno Henrique (1) e Everton Ribeiro (1). A marcação alta do Flamengo funcionou - mais uma vez.
Com Rafinha, pela direita, chegou pela primeira vez em cabeçada de Bruno Henrique. Por dentro, com Everton Ribeiro, quase abriu o placar com Arrascaeta, por cobertura, e com Gabigol, de bicicleta, na sequência. Também pelo meio, dessa vez com Bruno Henrique - após desarme de Everton -, iniciou a jogada do primeiro gol.
Pela esquerda, construiu a jogada que originou o escanteio do segundo, feito por Gabigol. Tento nascido de outro roubo de bola, dessa vez com Bruno Henrique ganhando de Kanemann. Por ali saiu também o cruzamento de Filipe Luís que resultou no pênalti do terceiro - em mais um lance iniciado por Everton Ribeiro pelo meio.
A opção de Renato Gaúcho em colocar o zagueiro Paulo Miranda na lateral direita claramente não havia dado certo, e o Flamengo explorava aquele lado. Bruno Henrique ainda chegou a fazer outro, também em lance pela canhota, após bela jogada de Arão, lançamento de Arrascaeta e passe de Gabigol, mas foi bem anulado.
O quarto e o quinto, ambos de cabeça - Mari e Rodrigo Caio -, completaram o vasto repertório de um Flamengo que tem sido perigoso em todos os aspectos. Tem qualidade com a bola nos pés para construir contra defesas fechadas, combatividade sem ela para manter a pressão no campo adversário e velocidade para ser vertical quando recua. E faz isso sem abrir mão da boa e velha bola parada. Constrói de diversas maneiras, pelos dois lados e por dentro. E em todas tem sido eficiente.
O melhor ataque do Brasil, com 116 gols em 60 jogos, agora é também o mais eficiente da Libertadores, com 22 bolas na rede. E o melhor de tudo: é um dos finalistas da América.