Após vencer câncer, ‘porta-bandeira’ Raquel Kochhann palestra sobre sua trajetória de vida

Atleta da seleção feminina de rúgbi esteve presente na feira COB EXPO 2024

Escrito por Gabriela Guedes da Silva, supervisionado por

Raquel Kochhann, porta-bandeira do Brasil nos Jogos Olímpicos de Paris 2024 e atual capitã da seleção feminina de rúgbi, esteve presente nesta quarta-feira (25) no evento do Comitê Olímpico Brasileiro, a feira COB EXPO 2024. A atleta teve a oportunidade de ser palestrante no dia e falar sobre sua trajetória no esporte, sobre a sua luta contra o câncer e sobre suas projeções para o futuro com o rúgbi.

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Raquel, natural de Santa Catarina, iniciou sua carreira no futebol, pelo sub-15 do Juventude. Mas seu primeiro contato com o rúgbi foi aos 19 anos, quando descobriu sua paixão pelo esporte após iniciar uma faculdade de Educação Física. Em 2011, atuou pelo Serra, e em seguida, foi convidada a integrar o Charrua - atual clube que defende - ambos do Rio Grande do Sul.

Pela seleção brasileira, a camisa 10 e capitã da equipe já conquistou medalha de ouro nos Jogos Sul-Americanos de 2014, no Chile, e a de bronze no Pan-Americano de 2015, em Toronto, no Canadá.

Em 2022, Raquel enfrentou um dos momentos mais difíceis de sua vida. A catarinense foi diagnosticada com um câncer de mama. O estágio da doença já estava avançado, a atleta descobriu que as células cancerígenas estavam em metástase, e logo foi diagnosticado um tumor ósseo no peito.

A jogadora ficou afastada por quase dois anos, mas foi persistente. Continuou realizando treinamentos, com as adaptações necessárias para o dia dia. Durante a palestra, Raquel revelou que tentava deixar todo o tratamento da doença da forma mais leve possível para ser forte. Kochhann revelou se orgulhar de sua trajetória e que está muito feliz por ser inspiração para outras mulheres que sofrem com o câncer.

- O câncer me deixou muito mais forte e me ajudou a conquistar coisas incríveis, alcançar lugares que eu nem achei que eram possíveis. E eu consegui. Hoje, eu tenho muito orgulho de ser uma pessoa que ajuda a inspirar e incentivar outras mulheres que receberam o diagnóstico de câncer. Tenho orgulho de mostrar que um diagnóstico de câncer não é uma sentença de morte, é apenas processo que vai te fortalecer para alcançar lugares ainda mais altos. No meu, foi chegar a ser porta-bandeira de um país inteiro - contou a atleta.

Raquel Kochhann participa de palestra na COB EXPO2024 (Foto: Isabella Zuppo)

Raquel falou sobre o crescimento do rúgbi e sobre os próximos objetivos no esporte.

- Sobre projeções futuras, temos um papel fundamental no processo de crescimento. Conquistamos a vaga para a Copa do Mundo de Rúgbi 15, e nosso foco é chegar com o melhor time, na melhor posição e melhor condicionamento possível para disputar essa competição. Por outro lado, no Rúgbi Olímpico conseguimos a melhor colocação no ranking, o 10º lugar. No próximo ciclo (LA2028) vamos tentar conseguir uma posição melhor. No momento, meu objetivo é continuar desempenhando e deixando a equipe no melhor lugar possível - projetou a jogadora.

Por fim, a atleta pôde retornar aos gramados oficialmente no final de 2023. Neste ano, no auge de seus 31 anos foi escolhida pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB) para ser a porta-bandeira representando o Brasil nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. A atleta esteve presente no evento da cerimônia de abertura ao lado de Isaquias Queiroz.

- Normalmente, quem é chamado para ter essa função de honra são atletas que já conquistaram medalhas e tiveram grandes conquistas na carreira. Quando recebi o convite não acreditei, aquele momento não parecia real para mim. Todo mundo que acompanha esporte sabe da grandiosidade da importância da pessoa que carrega a bandeira do seu país. Ela representa a cara do país e a cara do teu esporte. Eu não conseguia acreditar que aquilo era possível - concluiu.

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