Italo Ferreira: o campeão olímpico tem passado de superação e quer inspirar a nova geração do surfe

Parecendo quase voar em um aéreo, o brasileiro levou a maior nota do surfe dos Jogos

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O primeiro campeão olímpico do surfe na história tem uma história difícil. Já que o esporte em que ele compete costuma ser de elite, com equipamentos caros e de difícil acesso. Mas mesmo tendo uma infância de limitações financeiras, Italo Ferreira conseguiu superar os desafios e alcançar a medalha de ouro dos Jogos Olímpicos de Tóquio, nesta terça-feira. Agora, ele deseja inspirar novos atletas em seu projeto social e, aos prantos, agradeceu a torcida do Brasil:

 - Eu queria dar um abraço em cada brasileiro que ficaram torcendo. Não só o surfe fez história, mas o skate também com as meninas e os meninos. A gente fez história. Viva o Brasil. Eu ficava torcendo de casa pelo pessoal e agora chegou a minha vez - disse emocionado em entrevista à "TV Globo".

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PARTICIPAÇÃO NOS JOGOS OLÍMPICOS DE TÓQUIO

Já na primeira bateria, Italo Ferreira saiu vitorioso. E na bateria seguinte ele derrotou Billy Stairmand, da Nova Zelândia por 14,54 a 9,67. O potiguar seguiu para as quartas de final no confronto contra o japonês Hiroto Ohhara, ganhando 9,73 pontos logo na primeira onda da bateria. Sendo a maior nota do surfe dos Jogos Olímpicos até aqui. Essa pontuação se deu graças a um aéreo muito alto, não dando chance para o seu adversário.

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Já na semifinal o brasileiro enfrentou o australiano Owen Wright, que por sua vez se vingou do Brasil ao vencer do Gabriel Medina na disputa pelo bronze. Na final ele enfrentou outro japonês, desta vez foi o Kanoa Igarashi, que derrotou Gabriel Medina nas semifinais. Como revanche pelo colega de delegação, ítalo garantiu o ouro, estreando o pódio do surfe em Tóquio.

PASSADO DE SUPERAÇÃO

Italo foi o terceiro brasileiro a vencer o Circuito Mundial. Em 2019, ele faturou o título ao derrotar o bicampeão Gabriel Medina na grande final, em Pipeline, no Havaí. O surfista começou cedo no esporte, com apenas oito anos, mas entrar no mar nem sempre foi tarefa fácil, porque até os dez, ele pegava emprestado pranchas para treinar. E quando não conseguia, usava as tampas das caixas de isopor do pai, que era vendedor de peixe.

Italo conquistou a primeira medalha de ouro do Brasil (Foto: Yuki IWAMURA / AFP)

Quem diria que aquele garoto estaria em segundo colocado no ranking em 2021, ficando abaixo apenas de Gabriel Medina. O brasileiro já foi bicampeão mundial Pro Júnior, campeão nacional e se classificou para fazer parte da Liga Mundial de Surfe (WSL), a elite mundial da modalidade, em 2014 . Ele também já recebeu o título de "Rookie Of The Year", o novato do ano, em 2015.

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PROJETO SOCIAL

Preocupado com o futuro dos jovens de seu munícipio, Italo criou um instituto para atender crianças de Baía Formosa, sua cidade natal, no Rio Grande do Norte, no início deste ano. O objetivo da entidade é fazer com que as crianças tenham a oportunidade de conquistar uma vida melhor através do esporte. Com vontade de inspirar, ele acredita que todos podem chegar onde ele chegou se receberem um pouco de incentivo:

- Com essa oportunidade, vou poder contribuir um pouco mais na evolução dessa nova geração. Poder ter esses garotos dentro do instituto, poder ensinar e mostrar a eles que é possível, que eles podem alcançar o objetivo também. - disse em entrevista para o "Globo Esporte".

Veja abaixo o quadro de medalhas e o calendário dos Jogos Olímpicos de Tóquio:

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