Canadá e Nova Zelândia se enfrentam na estreia do futebol feminino nas Olimpíadas de Paris nesta quinta-feira (25), mas um caso de polícia fez com que o confronto se torne um incidente diplomático antes mesmo da bola rolar. Um drone foi visto sobrevoando o treino da seleção neozelandeza na segunda-feira (23), três dias antes da partida.
O Comitê Olímpico da Nova Zelândia divulgou comunicado informando que reportou o episódio às autoridades locais. Pouco depois, um membro da comissão técnica canadense foi identificado como o operador da pequena aeronave. Assim, foi feita queixa formal por parte do país da Oceania ao Comitê Olímpico Internacional (COI). Veja abaixo parte do texto:
"O Comitê Olímpico da Nova Zelândia e o futebol neozelandês estão empenhados em defender a integridade e a justiça dos Jogos Olímpicos e estão profundamente chocados e desapontados com este incidente, que ocorreu apenas três dias antes de as duas equipas se enfrentarem no jogo de abertura de Paris 2024"
Por sua vez, o Comitê Olímpico do Canadá (COC) se pronunciou em nota, pedindo desculpas pelo ocorrido e afirmando que a pessoa indicada como operadora do drone não é um membro credenciado pela Federação Canadense de Futebol.
"O Comitê Olímpico Canadense foi informado de que um membro não credenciado da equipe de apoio do Canada Soccer foi detido pelas autoridades francesas em Saint-Étienne após uma denúncia do futebol neozelandês em 22 de julho. Acredita-se que o funcionário tenha usado um drone para gravar a seleção feminina de futebol da Nova Zelândia durante o treino. O Comitê Olímpico Canadense defende o jogo limpo e estamos chocados e decepcionados. Apresentamos nossas sinceras desculpas ao futebol neozelandês, a todos os jogadores afetados e ao Comitê Olímpico da Nova Zelândia.
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Nesta terça-feira (24), o COC tomou providências e afastou o analista Joseph Lombardi, identificado como o responsável. Além disso, a assistente técnica Jasmine Mander, quem recebeu o relatório feito pelo "espião", também será removida da comissão. Treinadora principal da equipe canadense, Bev Priestman retirou-se voluntariamente do duelo com a Nova Zelândia.
- Em nome de toda a nossa equipe, eu, antes de tudo, quero me desculpar com os jogadores e a equipe da New Zealand Football e com os jogadores do Team Canada. Isso não representa os valores que nossa equipe defende. Sou o responsável final pela conduta em nosso programa. Assim, para enfatizar o comprometimento da nossa equipe com a integridade, decidi me retirar voluntariamente da função de treinador da partida na quinta-feira. No espírito de responsabilidade, faço isso com os interesses de ambas as equipes em mente e para garantir que todos sintam que o espírito esportivo deste jogo é mantido - se pronunciou a treinadora.
Além das medidas já tomadas pelo Comitê Olímpico do Canadá, a equipe de futebol feminino do país terá de passar por treinamento ético obrigatório, determinado pelo COI.