Nascido na capital argentina, o Papa Francisco foi o primeiro pontífice latino-americano e o primeiro jesuíta a liderar a Igreja. Em 12 anos, fez 48 viagens internacionais por mais de 60 países, sem retornar à sua terra natal. Apesar de manifestar o desejo de visitar a Argentina, sua última declaração nesse sentido foi em 2024, quando afirmou querer visitar “por ser seu povo”, mas a viagem não saiu do papel.
Qual o motivo de Papa Francisco não ter voltado à Argentina?
Em 2013, Jorge Mario Bergoglio deixou Buenos Aires como arcebispo rumo a Roma, imaginando um retorno breve. Mesmo com advertências sobre sua possível eleição como papa, ele considerava improvável essa escolha. Na eleição de Bento XVI em 2005, Bergoglio havia recebido 40 votos. Oito anos depois, foi escolhido no conclave pós-renúncia de Bento XVI e desde então não voltou à Argentina.
A relação de Papa Francisco com o governo da Argentina
A visita de familiares ao Vaticano contrastou com sua distância física da Argentina. Analistas e sua biógrafa Francesca Ambrogetti sugerem motivações políticas e sociais por trás de sua ausência. A Argentina, com profundas divisões ideológicas, nunca alcançou consenso sobre Bergoglio. Sua atuação durante a ditadura militar é interpretada de maneiras distintas: como omisso por alguns, como defensor de perseguidos por outros.
Além disso, as relações de Francisco com líderes argentinos foram complexas. Ele criticou o governo de Néstor Kirchner, teve conflitos e reconciliações com Cristina Kirchner, e distanciou-se de Mauricio Macri. Com Javier Milei, atual presidente, a tensão foi intensa, chegando ao ponto em que Milei o chamou de “representante do maligno” durante a campanha de 2023. Ainda assim, após a morte do papa, o governo decretou sete dias de luto.
Papa Francisco começou a agenda internacional com visita ao Brasil em 2013
A primeira viagem internacional de Francisco foi ao Brasil em 2013, para a Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro. Desde então, ele desenvolveu uma atuação global, com o Vaticano sob sua liderança se envolvendo ainda mais em temas sociais e diplomáticos.