A ginástica artística é uma modalidade que exige não apenas habilidade técnica, mas também uma gestão cuidadosa do desgaste físico dos atletas. Em competições, as ginastas femininas participam de quatro eventos principais: solo, salto, trave e barras assimétricas. Cada um desses aparelhos demanda um tipo específico de esforço físico e técnico, o que influencia diretamente na estratégia de treinamento adotada por treinadores e atletas.
Entre os eventos, o solo é conhecido por ser o mais desgastante para as articulações. Isso ocorre devido aos movimentos acrobáticos e aterrissagens que impactam diretamente os membros inferiores. Para minimizar o risco de lesões, as ginastas frequentemente deixam o treino intensivo desse aparelho para momentos cruciais da temporada, priorizando outros aparelhos nos períodos iniciais de preparação.
Como os treinamentos são estruturados?
Os treinamentos na ginástica artística são cuidadosamente planejados para equilibrar a carga física e técnica dos atletas. Durante a temporada, os ginastas utilizam equipamentos auxiliares que permitem praticar elementos complexos sem sobrecarregar o corpo. Esses auxiliares são mais comuns no início do ciclo de treinamento, enquanto os aparelhos de competição ganham destaque nos meses finais.
De acordo com especialistas, a atenção especial é dada à trave e às barras assimétricas, que exigem menos fisicamente, mas são tecnicamente desafiadoras. Já o salto e o solo são trabalhados em períodos específicos para evitar o desgaste excessivo. O uso de pistas de cama elástica, por exemplo, permite que as ginastas pratiquem movimentos de salto sem impactar tanto os membros inferiores.

Quais são as estratégias para competições importantes?
Em competições de grande importância, como os Jogos Olímpicos, as estratégias de treinamento e participação são ajustadas para garantir o melhor desempenho dos atletas. A ginasta Rebeca Andrade, por exemplo, adota uma abordagem seletiva em relação aos aparelhos que compete. Durante o Campeonato Mundial de 2023, ela conseguiu realizar cinco séries seguidas de solo, algo que não seria viável em treinos regulares devido ao desgaste físico.
@cbginastica @Rebeca Andrade casualmente treinando no CT de Ginástica Artística do Time Brasil 🇧🇷 aqui no Rio de Janeiro! 📍 Faz parece fácil, né não?! 💅🏾 #timebrasil #gimnasia #artisticgymnastics #sports #rebecaandrade #olympicchampion #paris2024 #diva #training ♬ som original – CBG Ginástica
Essa estratégia permite que Rebeca se concentre em aparelhos onde pode maximizar seu desempenho, evitando o desgaste desnecessário em eventos menos prioritários. Para os Jogos Olímpicos de Paris 2024, Rebeca já expressou que não pretende competir em todos os aparelhos, focando em preservar sua saúde física e mental.
O futuro da ginástica artística feminina
O futuro da ginástica artística feminina está intrinsecamente ligado à capacidade dos atletas de equilibrar suas ambições competitivas com a necessidade de preservar sua saúde. Rebeca Andrade, ao discutir suas intenções para futuras competições, enfatiza a importância de respeitar os limites do corpo e da mente. Essa abordagem reflete uma tendência crescente no esporte de priorizar o bem-estar dos atletas, garantindo que possam competir em alto nível por mais tempo.
Assim, a ginástica artística continua a evoluir, com estratégias de treinamento e competição cada vez mais sofisticadas, permitindo que atletas como Rebeca Andrade brilhem em palcos internacionais enquanto cuidam de sua saúde e longevidade no esporte.