O Palmeiras anunciou, nesta sexta-feira (02), que, após pedido à Fifa, conseguiu a liberação de Pedrão e Dudu antes da abertura da janela internacional, em agosto. Com isso, os dois atletas ficam à disposição do técnico Abel Ferreira. O responsável por essa conquista foi André Sica, advogado do clube.
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Ambos os jogadores tiveram seus contratos de empréstimo encerrados e já haviam retornado ao clube, mas só poderiam entrar em campo no próximo mês, quando a janela internacional de transferências estaria aberta – o atacante estava no Qatar, jogando pelo Al Duhail, enquanto o zagueiro defendia o Nacional, de Portugal. Sem a abertura da janela, o Certificado de Transferência Internacional não poderia chegar a CBF, não podendo ter a inscrição no BID.
Em entrevista à TNT Sports, André explicou que o feito foi inédito no futebol, dado que nunca um jogador foi liberado antes da abertura do período determinado para contratações, mas ainda não é algo histórico.
– Não havia precedente mesmo. Foi um movimento inédito. Por exemplo, existem instruções da Fifa em relação a períodos pandêmicos e términos de contrato durante vigência da pandemia, sobre possibilidade de extensão de contrato, de renovação, mas o caso específico de transitar um atleta fora da janela não era previsto como exceção. E, pelo menos no Brasil a gente sabe que isso ainda não tinha acontecido. Histórico já não sei, porque aí depende do que pode refletir dentro de campo. Por exemplo, o movimento que conseguimos com o Dudu em 2015, quando transformamos uma punição de 180 dias em dois jogos e ele foi decisivo na Copa do Brasil, foi histórico, né? Assim como o movimento de liberação do Rony em relação ao problema com o time japonês no ano passado, também foi histórico, sabe? Por conta da importância dele na Libertadores
Além disso, o jurista explicou como o Departamento Jurídico agiu para ter o parecer positivo.
-A gente atacou da seguinte forma: no momento que realizamos os empréstimos, nós tomávamos por base as datas habituais das janelas. É assim que todo mundo procede, justamente para casar o fim do empréstimo com o retorno do atleta. Mas em razão da pandemia, que foi um caso de força maior, essas janelas sofreram alterações inesperadas. E essas alterações inesperadas permaneceram no Brasil por mais tempo do que em outras jurisdições. Por exemplo, as jurisdições mais importantes do mundo do futebol, na Europa, já tiveram a regularização da janela de meio de ano. As datas do meio do ano já se adequaram aos padrões normais. O Brasil foi uma das poucas jurisdições que permaneceram com uma janela de meio do ano irregular, ou seja, fora do padrão. E isso traria um prejuízo inesperado pro clube e pro atleta. O clube bancando atleta sem poder utilizar e o atleta se mantendo ativo, mas sem poder exercer sua profissão. As janelas de transferências, historicamente, obedecem datas pré-determinadas. A primeira começa em janeiro e termina em março, por exemplo. Depois em começo de julho até fim de agosto. Mas por conta da pandemia, essas janelas se deslocaram. A de julho se deslocou inteira pra agosto! Então você perdeu um mês. A nossa foi mais para frente e não voltou em razão da pandemia em níveis altos. Como a Europa controlou melhor a pandemia, as janelas se normalizaram mais rápido. Foi dessa forma que atacamos e obtivemos o resultado inédito.
Agora, os atletas só aguardam a regularização no Boletim Informativo Diário (BID) da CBF para poderem reestrear com a camisa palmeirense. A próxima partida alviverde acontece no domingo (04), às 16h (horário de Brasília), diante do Sport, na Ilha do Retiro.