Há dias em que o Palmeiras faz parecer fácil uma vitória por 3 a 1 sobre o Coritiba, pelo Brasileirão. Foi o que aconteceu no último domingo (4), no Allianz Parque. Sim, foi o duelo do segundo colocado contra o lanterna, mas é exatamente por isso que o time de Abel Ferreira se mantém disputando tudo, ano após ano, mesmo depois de tantas conquistas. Agora, para que toda essa facilidade apareça, é preciso que a equipe acione o "modo eficiente", e quando esses jogadores estão assim, eles definem o jogo na hora que querem.
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Mais do que o adversário não estar em um bom momento, o Palmeiras também fez o jogo parecer fácil. Desde o início já se sabia quem teria a posse, mas faltava ao Verdão encontrar o caminho para o gol. Depois de rodar a bola para um lado e para outro, da defesa para o ataque (e vice-versa), era hora de entender o cenário e resolver o quanto antes para não fazer daquilo um drama. Foi aí que Piquerez "achou" Artur por trás da defesa e o atacante completou para gol. Estava aberta a porta e o caminho, bastava encontrar mais uma brecha e definir a vitória.
Parece simples e fácil falando desse modo, não é? Mas é com essa frieza que o Alviverde parece resolver seus jogos. De uma forma ou de outra eles sabem que se abrirem determinada vantagem sobre o adversário, a equipe será capaz de controlar o ritmo duelo da maneira que ela bem entender. Pois bem, não demorou muito e Mayke cruzou na cabeça de Rony para fazer o segundo gol. Pronto, os três pontos eram do Palmeiras e nem havia a necessidade do segundo tempo para ter essa confirmação.
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Vale destacar que não estava fácil penetrar na defesa do Coxa, ainda mais sem Raphael Veiga, que funciona como o cérebro do time. Mas nas duas bolas que chegaram para balançar a rede, Artur e Rony definiram. O 2 a 0 no intervalo era a garantia de um segundo tempo sem preocupações no placar. Parece ser essa a tática palmeirense para poder usar o time titular toda "quarta e domingo". Começa forte, abre vantagem e "descansa" na segunda etapa.
No entanto, nem sempre isso funciona. Há dias em que o time não está nada eficiente, desperdiça um caminhão de gols na primeira etapa, mostrando uma certa displicência nas conclusões, o que acaba afetando muito o plano de Abel. Assim, a equipe chega no segundo tempo com outra pressão, com maior desgaste e sem poder dosar o ritmo poupando jogadores. Isso aconteceu recentemente contra Bragantino, contra Santos, contra o Fortaleza (fora)... Jogos que, na normalidade desse Palmeiras, já iriam para o segundo tempo definidos.
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Com vantagem segura no placar, o Verdão usou o segundo tempo para abusar dos espaços deixados pelo Coritiba. Aí Dudu deitou e rolou, teve inúmeras chances para marcar seu primeiro gol no Allianz neste ano, mas não conseguiu. Era um recreativo, o time já havia resolvido como quis no primeiro tempo e agora treinava administrando as ações. Tanto é que chegou ao terceiro gol com Dudu roubando a bola e lançando Rony para tocar no cantinho do goleiro. O Coxa ainda descontou em uma falha bizarra de Weverton e Luan, nada que a margem não permitisse.
Se o Palmeiras conseguir ativar esse "modo eficiente" com frequência no decorrer desta temporada, dificilmente será batido, como já tem ocorrido em 2023. Principalmente no Brasileirão, competição por pontos corridos, que premia o time mais consistente. Há ainda muita pedra para rolar, mas em dias inspirados como o do Alviverde, é difícil pensar em outro candidato tão favorito ao título.