O Palmeiras arrancou uma vitória que parecia improvável aos 50 minutos do segundo tempo da partida contra o Goiás, no Allianz Parque. O placar de 1 a 0, porém, acaba ofuscando a apresentação lamentável que o Verdão fez diante de mais de 38 mil pessoas que foram ao estádio em uma fria noite de sexta-feira. Com apenas dois gols nos últimos dois jogos, o Alviverde mostra que ainda não há uma solução para o ataque depois da lesão de Dudu. Nem sempre o gol vai sair no apagar das luzes para salvar a atuação da equipe.
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Quem foi para a arena palmeirense deve ter saído de lá preocupado apensar do êxtase de um gol no fim do jogo. O time de Abel Ferreira teve um desempenho sofrível, sem intensidade, de volume ofensivo, sem abafar o adversário... O gol de Breno Lopes foi um achado, um descuido do Goiás, que até então havia sofrido muito pouco, mas acabou tendo essa infelicidade.
No futebol é complicado você tirar o mérito de uma equipe que marcou mais gols do que a outra e cumpriu o mínimo para sair de campo vitoriosa, mas a verdade é que a atuação do Palmeiras não é daquelas que costumam levar aos três pontos. Aliás, muito pelo contrário, era muito mais provável um empate sem gols. Somente a paixão do torcedor confiava na rede balançando, pois a razão dizia algo diferente.
Assim como já havia dito diante do Vasco, diante do Deportivo Pereira (em casa), e diante do Corinthians. Desses confrontos, apenas um bola foi para a rede em um gol de falta de Raphael Veiga, que na verdade foi um golaço, raro, típico de um craque. A coincidência desses duelos e desse com o Goiás é a ausência de Dudu, que sofreu sua grave lesão no joelho contra o Cruz-Maltino, início dessa "seca" no ataque.
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Na verdade, não há coincidência, a queda ofensiva do Verdão tem tudo a ver com o desfalque de Dudu. Por mais que Abel esteja procurando uma solução para isso, ela ainda não existe e se na cabeça do treinador ela já está elaborada, certamente não deu certo. Foi com Breno Lopes contra o Vasco, três zagueiros e laterais abertos contra o Pereira, depois com Artur e dois laterais (Rocha e Mayke) contra o Corinthians e Goiás.
Duas coisas são inegáveis: Dudu é insubstituível e o clube não deu a Abel Ferreira um elenco forte para suprir essas ausências. Torcida, opinião pública, os jogadores e até o técnico português sabem disso. No entanto, aparentemente as coisas não estão acontecendo da forma como deveriam acontecer. O time caiu bruscamente em um momento de decisão na temporada, seja na Libertadores com semifinal logo ali, seja no Brasileirão com a aproximação ao líder.
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Abel já declarou que sua preparação para enfrentar o Boca Juniors-ARG tem sido jogo a jogo e que irá utilizar as partidas pelo Brasileirão para ajustar a equipe. O treinador precisará tirar algum coelho da cartola, porque do jeito que está, nós meros mortais não conseguimos enxergar uma solução aparente para a perda de Dudu. A escassez de gols, de intensidade e de ataque por si só são sinais de alerta para qualquer palmeirense.