Depois do mal-estar criado entre Palmeiras e Crefisa, os parceiros passaram a discutir uma atualização no contrato, renovado em janeiro. A patrocinadora não quer que o episódio do jogo contra a Ferroviária se repita e por isso deseja estipular uma multa se o clube não apresentar com antecedência o uniforme a ser usado em jogo. O departamento jurídico do Verdão ainda estuda as novas cláusulas exigidas pela empresa.
O motivo para o impasse foi o uso da hashtag #SejaSócioAvanti na camisa do time, há dez dias. A patrocinadora paga R$ 66 milhões para ser a única a estampar suas marcas (Crefisa e FAM) em todo o uniforme e considerou que a propaganda do programa de sócio-torcedor burlava este acordo.
Em resposta, o clube não recebeu na última terça R$ 6,5 milhões, valor que a parceira deposita mensalmente pelo patrocínio e pelos gastos com Lucas Barrios. De acordo com pessoas ligadas à Crefisa, o atual contrato prevê que o clube deve apresentar antes o uniforme a ser usado em jogos, mas ainda não há uma punição caso a medida não seja cumprida.
Além disto, a empresa quer um acréscimo proporcional ao aumento do contrato nos números de ingressos por jogos e camisas do clube por mês, por exemplo. No primeiro contrato, Crefisa/FAM pagavam R$ 42 milhões para patrocinar o Verdão. Ao assumir as propriedades do shorts, números, os dois ombros e meião, houve o aumento de R$ 24 milhões no acordo, válido até o fim deste ano.
Depois do problema, o clube apresentou previamente a camisa que seria usada no jogo contra o Capivariano e a relação segue, inclusive com reuniões semanais, como já acontecia antes do incidente.
No ano passado, Palmeiras e Crefisa já viveram uma crise após o clube cogitar fazer uma camisa retrô com a marca da Parmalat. Depois de críticas públicas da presidente da patrocinadora, Leila Pereira, as partes haviam se acertado com a renovação no fim de janeiro.
Ao todo, Crefisa/FAM pagam R$ 78 milhões por ano ao Verdão (os R$ 66 milhões, além de cerca de R$ 12 milhões pelos gastos de Lucas Barrios ). A empresa ainda gastará perto de R$ 1 milhão no ano pela compra dos direitos econômicos de Vitor Hugo. A reforma da Academia de Futebol, que em 2015 foi turbinada pelos patrocinadores, será encerrada apenas com dinheiro do clube.