Do Barcelona ao Cerro: Palmeiras passou por revolução em um ano

Verdão inicia a disputa das oitavas de final da Libertadores deste ano, no Paraguai, exatamente um ano após ser eliminado por equatorianos nesta fase da competição

imagem cameraHá exatamente um ano, em 9 de agosto, o Palmeiras caiu nas oitavas de final da Libertadores (Foto: Ale Cabral/AGIF)
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Lance!
São Paulo (SP)
Dia 08/08/2018
17:14
Atualizado em 09/08/2018
07:00
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Nesta quinta-feira, às 21h45, no Paraguai, o Palmeiras inicia contra o Cerro Porteño os duelos pelas oitavas de final da Libertadores. Exatamente um ano depois de ter sido eliminado da competição na mesma fase. Na comparação da escalação que Luiz Felipe Scolari deve usar nesta noite ao usado por Cuca em 9 de agosto de 2017, fica clara uma revolução no time desde aquela queda para o equatoriano Barcelona de Guayaquil, no Allianz Parque.

O confronto de um ano atrás terminou 1 a 0, com gol de Moisés, aos cinco minutos do segundo tempo. Como havia perdido na ida por 1 a 0, no Equador, o Verdão precisou decidir seu destino nos pênaltis, diante de 38.310 pagantes no seu estádio. E perdeu por 5 a 4. Guerra, Tchê Tchê, Keno e Moisés acertaram suas cobranças, enquanto Bruno Henrique e Egídio erraram. No Barcelona, Jonatan Álvez, Oyola, Segundo Castillo, Marcos Caicedo, Ayoví converteram e somente Damián Díaz falhou.

Naquele jogo, Cuca escalou: Jailson; Tchê Tchê, Mina, Luan e Egídio; Thiago Santos, Bruno Henrique e Dudu; Róger Guedes, Keno e Deyverson. Edu Dracena entrou aos 39 minutos do primeiro tempo, no lugar de Mina, machucado, Moisés substituiu Róger Guedes, no intervalo, por opção do treinador e Guerra ocupou a vaga do lesionado Dudu, aos 31 minutos do segundo tempo.

Desses, apenas Bruno Henrique, Dudu e Moisés (que voltava de lesão) têm chances mais reais de iniciarem a partida desta quinta-feira, contra o Cerro Porteño. Deyverson deve ser reserva de Borja, que não saiu do banco há um ano, e Thiago Santos provavelmente vai ceder a vaga para Felipe Melo, que estava afastado do time em 9 de agosto de 2017 após desavença com Cuca.

Quando caiu na Libertadores, o Palmeiras já tinha sido eliminado da Copa do Brasil pelo Cruzeiro e tinha apenas o Campeonato Brasileiro para disputar. Cuca acabou demitido em 13 de outubro, dois meses após ser superado pelo Barcelona, e Alberto Valentim comandou a equipe que chegou a depender só de si pelo título brasileiro, mas foi vice-campeã.

O técnico Roger Machado chegou para começar a trabalhar em janeiro, foi vice no Paulista, atingiu as quartas de final da Copa do Brasil e estabeleceu a melhor campanha da fase de grupos da Libertadores, mas foi dispensado pela queda de desempenho dentro de campo. E agora cabe a Felipão apontar o destino dessa clara revolução do time em um ano.

O LANCE! aponta abaixo o que ocorreu com cada um dos jogadores utilizados na eliminação da Libertadores de um ano atrás:

​Jailson
​Pegou um pênalti contra o Barcelona, mas se machucou. Esteve fora do time em 2017 somente enquanto tratava lesão e iniciou 2018 como titular. Caiu de rendimento e, depois da Copa do Mundo, Weverton, contratado para esta temporada, assumiu o gol palmeirense, deixando Jailson na reserva.

Tchê Tchê
Já não agradava em 2017 e só atuou como lateral-direito contra o Barcelona porque Mayke, que tinha acabado de chegar ao clube, se machucou às vésperas da partida. Começou 2018 como titular, mas sem convencer foi para o banco com Roger Machado, e, em maio, vendido ao Dínamo de Kiev, da Ucrânia, por 4,8 milhões de euros (cerca de R$ 20 milhões)​.

Mina
Sofreu no jogo uma lesão que pouco o deixou jogar no resto de 2017. Em 2018, a apalavrada negociação com o Barcelona se confirmou: o time espanhol pagou ao todo 12,3 milhões de euros (R$ 47,6 milhões), e o Palmeiras ficou com 10 milhões de euros (R$ 38,7 milhões).​ Com pouco espaço na Catalunha, e destaque de sua seleção na Copa do Mundo, o colombiano deve jogar na Inglaterra, por Manchester United ou Everton, em negociação que pode chegar a 30 milhões de euros (R$ 125 milhões), segundo a imprensa da Espanha.

Luan
Então recém-contratado do Vasco, tinha a confiança de Cuca há um ano. Mas não convenceu. Tanto que até hoje é reserva, ficando atrás de Edu Dracena e Antônio Carlos, dois​ zagueiros que já estavam no elenco no ano passado e que se firmaram como titulares sob o comando de Roger Machado em 2018.

Egídio
Tornou-se o grande vilão da eliminação. Já sofria com críticas por conta de seus seguidos erros dentro de campo e entrou de vez na lista de odiados pela torcida ao perder o pênalti decisivo contra o Barcelona. Até retomou a posição na reta final do Brasileiro, mas voltou a falhar na derrota por 3 a 2 para o Corinthians, em novembro, que praticamente acabou com as chances de título brasileiro. Seu contrato acabou em dezembro e ele acertou com o Cruzeiro, onde tem sido titular nesta temporada.

Thiago Santos
Foi o escolhido de Cuca para a vaga de Felipe Melo, então afastado. Mas segue como reserva do camisa 30. Atualmente, porém, tem sido constantemente pedido por alguns torcedores, insatisfeitos com o desempenho de Felipe Melo. Foi titular na estreia de Felipão, no 0 a 0 diante do América-MG, no domingo, quando o técnico poupou titulares, e não atuou bem.​

​Bruno Henrique
Perdeu pênalti contra o Barcelona e sofreu com as críticas da torcida. Mas neste ano, melhor fisicamente, ganhou de vez a vaga no time, inclusive ganhando a condição de capitão - assim que saiu do banco com Felipão, no domingo, ganhou a faixa. Perdeu pênalti contra o Bahia, na semana passada, pela Copa do Brasil, mas é um dos destaques da equipe na temporada.

Dudu
​É o símbolo da irregularidade da equipe desde a eliminação para o Barcelona. Não repetiu com frequência as grandes atuações que já teve pelo clube e deixou de ser capitão neste ano. Alvo de ofertas milionárias do exterior, renovou seu contrato no começo da temporada e causou indisposição recente com a torcida ao admitir que ficou balançado por proposta do Shandong Luneng, da China. Mas ainda é um dos pontos fortes da equipe.

Róger Guedes
Foi afastado do elenco depois da demissão de Cuca. Não convenceu mais no Palmeiras e foi emprestado ao Atlético-MG neste ano, onde chegou a ser artilheiro do Brasileiro. Acabou rendendo lucros ao Verdão: foi vendido ao Shandong Luneng, gerando R$ 19,4 milhões aos cofres alviverdes, em negociação que facilitou na recusa aos chineses para segurar Dudu.

Keno
​Firmou-se de vez como titular depois da eliminação na Libertadores e era o grande destaque do time em 2018. Chamou tanta atenção que, durante a Copa do Mundo, foi vendido para o Pyramids FC, do Egito, por US$ 10 milhões (R$ 37,8 milhões). Seu perfil ainda faz falta ao Palmeiras no momento.

Deyverson
Grande aposta de Cuca, contratado por ​5 milhões de euros (R$ 18 milhões) do Alavés, da Espanha, começou a irritar de vez a torcida na Libertadores, principalmente por ser flagrado negando-se a bater pênalti, alegando dores musculares. Nunca convenceu, mas figura agora como importante opção para Felipão, que gosta de ter um centroavante alto como referência no ataque.

Edu Dracena
​Aos 37 anos, firmou-se como titular da zaga com a lesão de Mina no jogo da eliminação da Libertadores, no ano passado. Ainda coleciona falhas, mas é dono da posição. Pelo menos por enquanto, já que o clube contratou o paraguaio Gustavo Gómez, emprestado pelo Milan, e acaba de renovar com Antônio Carlos.

Moisés
​O jogo contra o Barcelona há um ano foi o seu primeiro depois de cinco meses e 15 dias, uma rápida recuperação de cirurgia para reconstrução de dois ligamentos do joelho esquerdo. Não firmou-se de vez na equipe porque sofreu lesões, mas é constantemente pedido entre os titulares pela torcida e deve fazer parte do time-base de Felipão.

Guerra
​Não consegue ter sequência por colecionar problemas físicos. É exatamente por isso que já sai atrás na corrida por vaga na escalação de Scolari: está em recuperação de cirurgia no pé esquerdo e ainda faz trabalho de transição física, sem treinar com bola ao lado dos companheiros.

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