‘Batalha do Parque Antártica’ e rival de decisão: como Boca vê o Palmeiras
Com confrontos marcantes entre o fim dos anos 1990 e início dos 2000, Verdão e Boca se enfrentam nesta quarta. Torcedores e lembranças argentinas dão a tônica da história
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Entre o fim dos anos 90 e início dos 2000, Palmeiras e Boca Juniors fizeram seguidos duelos decisivos. Os maiores deles foram a decisão da Libertadores de 2000 e a semifinal da Copa de 2001, que os brasileiros contestam até hoje. Os duros embates fazem os argentinos tratarem com respeito o adversário desta quarta-feira, novamente pela Libertadores, às 21h45, na Bombonera. Desde lembranças na sede do clube ao discurso de torcedores, o Verdão é tratado como um dos grandes rivais da equipe em que Maradona é ídolo.
O museu do Boca contava com um setor especial para o Verdão, contando, entre os feitos, inclusive a vitória no último jogo do antigo Palestra Itália. Esta gravação não é mais apresentada no local, mas os duelos nas decisões de Libertadores são muito explorados. Da conquista em 2000, no Morumbi, há um ingresso do jogo, a luva do goleiro Óscar Córdoba e um cartão postal do estádio são-paulino, onde o Palmeiras mandou a partida.
De 2001, o vídeo do museu não cita, claro, as polêmicas do árbitro Ubaldo Aquino na ida da semifinal, na Bombonera. Em compensação, trata a partida de volta como a "Batalha do Parque Antártica" e considera aquela uma das melhores atuações de Riquelme com a camisa azul e amarela - ele fez um dos gols e infernizou os palmeirenses. Assim como no ano anterior, os times empataram os dois jogos, decidiram nos pênaltis, e o Boca levou a melhor.
- Lembro do Riquelme decidindo a nosso favor, ele era um gênio. Sobre as polêmicas, o que o árbitro marcou, já está na história. Mas o Palmeiras era um rival duríssimo e fez o Boca ter uma personalidade incrível - recorda Oscar Teixeira, torcedor argentino que conversou com a reportagem nessa segunda.
Esses jogos marcantes fazem até com que argentinos estranhem ver Palmeiras e Boca decidindo uma vaga nas oitavas de final. Um deles respondeu que este é um jogo de mata-mata de Libertadores.
- Palmeiras é um grande rival, tem experiência na Libertadores, sempre participa (da Copa), é um grande do Brasil. É um jogo para semifinal, quartas de final, não para a fase de grupos. Estes times já se conhecem bem. É um respeito que se tem ao Palmeiras. Eu, como torcedor, respeito por ter experiência, que sabe jogar estas partidas - explicou Julio Roberto Rodriguez.
Na tarde de terça, alguns torcedores do Palmeiras já foram à região da Bombonera para tirar fotos. O clima foi amistoso, inclusive uma das lojas ao lado do estádio tocou o hino alviverde. Mas na quarta espera-se uma situação bem diferente.
- O Boca não encontrou ainda um time, ontem (domingo, contra o Newell's) voltou a jogar bem e mostrar um pouco do time que quer ser e dá tranquilidade. E agora na quarta a Bombonera vai explodir. Eu fui à final (da Libertadores) contra o Corinthians (em 2012, no Pacaembu) e o estádio estava cheio, mas não é o mesmo. Aqui é outra coisa. Não é coisa de torcedor, mas o Boca é especial - avisou Oscar.
- Jogamos bem em São Paulo, poderíamos ter vencido, e agora será outra partida intensa, entre dois times que atacam muito. Espero ser uma boa partida, que aqueles que vierem do Brasil possam desfrutar como sempre na Bombonera, um estádio único. E futebol é assim: vencemos, empatamos e perdemos, mas o principal é que se aproveite o jogo e seja uma boa partida - complementou o xeneize Julio.
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