Com a vitória sobre o Bahia, o Palmeiras engatou três vitórias seguidas, assumiu a vice-liderança do Brasileirão e retomou a boa fase. Quem vê este recorte, nem imagina que o Verdão atravessava uma crise nas últimas semanas, desde que foi eliminado para o Boca Juniors na semifinal da Libertadores.
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De lá para cá, no entanto, muita coisa mudou e a retomada da equipe, com direito a goleada histórica por 5 a 0 diante do São Paulo, não é por acaso. A seguir, listamos alguns dos motivos que explicam o 'renascimento' do Palmeiras no Campeonato Brasileiro.
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>A COMISSÃO TÉCNICA ADMITIU A MÁ FASE
Após a eliminação na Libertadores, chamou a atenção o discurso de Abel Ferreira, que não aceitava questionamentos às suas escolhas, em postura bem distinta daquela que o palmeirense se acostumou a ver desde que o português desembarcou no Brasil. Em outra ocasião, após a vitória diante do Coritiba, o auxiliar técnico Vitor Castanheira utilizou a expressão 'fase menos positiva' para se referir ao momento recente do Palmeiras, que chegou a ficar seis jogos sem vencer.
As frases e posturas da comissão técnica indicavam uma certa resistência em admitir que o momento era ruim, ou que algumas decisões tomadas ao longo da temporada não foram as corretas. Ao que tudo indica, pelas declarações mais recentes de Abel, houve uma postura da comissão técnica, que não só reconheceu a má fase como passou a encontrar soluções para ela. O que nos leva ao segundo motivo.
>MUDANÇA NO SISTEMA TÁTICO
Após a vitória sobre o Coritiba, Vitor Castanheira afirmou que a nova escalação do Palmeiras, com três zagueiros, visava dar consistência ao time, que sofria muito defensivamente. Coincidência ou não, o Verdão passou os últimos três jogos sem sofrer gols.
E mais do que isso: apresentou algumas dinâmicas diferentes, como na saída de bola, em que o zagueiro Luan avança como um volante para gerar superioridade numérica no meio-campo e confundir os adversários. O recorte de três jogos é pouco para afirmar se o sistema funcionou ou não, mas a atitude da comissão técnica em buscar soluções é louvável, e mexe com o elenco, que precisa se dedicar a aprender uma nova forma de jogar. O terceiro motivo fala justamente sobre como o elenco assimilou bem essa ideia.
>MUDANÇAS NA ESCALAÇÃO
Abel Ferreira já falou em algumas oportunidades que ama o atacante Rony. Não é força de expressão: ele já afirmou amar o camisa 10 do Verdão. E mesmo assim, o jogador tem, atualmente, a condição de reserva. Demorou, mas a comissão técnica passou a dar oportunidades a outros jogadores do elenco, como Breno Lopes, Kevin, Endrick, Fabinho e até mesmo Luan, que retomou o status de titular com a mudança no sistema tático.
Outras mudanças foram feitas por questões de força maior, como a entrada de Richard Rios no lugar de Gabriel Menino, que passou por cirurgia no tornozelo e não atua mais em 2023. De qualquer forma, a 'água' que estava parada foi mexida. Com novos jogadores, o Palmeiras ganhou um novo fôlego em campo, o que potencializou outros atletas da equipe. Um desses jogadores é o nosso quarto motivo.
>RAPHAEL VEIGA
O meia voltou a ser decisivo. Com assistências na bola parada, ou até mesmo gols - como o marcado diante do Bahia -, Raphael Veiga vai retomando a confiança aos poucos. Na coletiva após o último jogo, Abel Ferreira revelou uma mágoa do camisa 23 com as críticas recebidas por parte da torcida. O técnico, no entanto, afirmou que está mudando a posição do jogador em campo para tirar o seu melhor e acelerar a retomada da confiança.
- Também temos o colocado um pouco mais adiante, atrás dos dois centroavantes. Ele também pode ser um (camisa) oito, mas com a qualidade que ele tem, precisa entender que tem que ser um jogador para chutar e dar assistências - disse o técnico, o qual é o quinto motivo da retomada do Palmeiras no Brasileirão.
>ABEL FERREIRA ESTÁ EM PAZ
Após a derrota do Palmeiras para o Santos, no dia 9 de outubro, Abel Ferreira passou um tempo longe dos holofotes. Primeiro por conta da Data Fifa, que paralisou o Brasileirão por alguns dias; depois, por conta de uma suspensão que recebeu do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), o deixando de fora dos duelos diante do Atlético-MG e do Coritiba.
Ficar sem o seu treinador na beira do gramado nunca é uma boa, mas o hiato contribuiu para que o português esfriasse a cabeça e ressurgisse mais leve, fazendo brincadeiras nas coletivas e dando respostas mais serenas. O Abel das últimas coletivas, definitivamente, é bem diferente do Abel que discutiu com jornalistas na semifinal da Libertadores. Longe das polêmicas, o técnico pôde focar naquilo que é a sua grande virtude como treinador: encontrar alternativas e dar repertório para que o time do Palmeiras siga jogando bem.