O Conselho de Orientação e Fiscalização (COF) do Palmeiras reprovou, por 12 votos a 4, as contas do mês de março. O órgão já havia feito isso com as contas de janeiro e fevereiro.
O motivo: a maioria dos "cofistas" não concorda com os novos contratos assinados com a Crefisa. Depois de uma multa aplicada pela Receita Federal à patrocinadora do Verdão, ficou estabelecido que o clube tem de devolver todo o valor aportado pela empresa para a aquisição de reforços, mesmo que os jogadores não sejam vendidos. O valor gira em torno dos R$ 120 milhões.
A alegação é de que o presidente Maurício Galiotte deveria ter consultado o órgão antes de assinar esses aditivos. O estatuto do clube diz que o presidente não pode contrair dívida superior a 10% da receita prevista sem submeter a operação a aprovação. Os pares de Galiotte argumentam que cada jogador representa um contrato diferente, e que portanto são diversas dívidas, todas menores do que os 10% da receita prevista.
O balanço de março fechou com superávit de R$ 1 milhão, mas o primeiro trimestre fechou com déficit de R$ 14,8 milhões. Além disso, em comparação com a previsão orçamentária para o ano, o clube teve um resultado negativo de 31 milhões nos primeiros três meses do ano, muito em função do passivo assumido com a Crefisa.
As diversas vendas de jogadores feitas nesta janela de transferências, porém, vão mudar o cenário dos próximos balanços. A previsão é de que o primeiro semestre termine com lucro de R$ 40 milhões. Mesmo assim, o COF promete continuar reprovando os balanços por considerar a dívida com a Crefisa irregular, independentemente de haver superávit. Pessoas próximas a Galiotte sustentam que não passa de uma posição política.
No último sábado, Galiotte solicitou a Seraphim Del Grande, presidente do Conselho Deliberativo, que convoque uma reunião extraordinária para esclarecer dúvidas sobre esses contratos. Caso o Conselho seja convidado a aprovar a operação, é bem provável que o faça, já que o presidente tem maioria no órgão. Se isso acontecer, os pareceres negativos do COF passarão a ser meramente formais, sem implicar em punições ao mandatário.