Com 5 ‘reservas’, Verdão consegue vitória gigante e dá prova de força
Luan, Thiago Martins, Victor Luis, Hyoran e até Willian não fazem parte do time-base de Roger Machado. Time teve desempenho quase perfeito na Arena do Grêmio
Em uma das partidas de nível técnico mais alto do Brasileirão 2018, o Palmeiras venceu por 2 a 0 e acabou com quatro meses de invencibilidade do Grêmio em sua arena. Tudo isso com cinco "reservas" em campo. Você já vai entender o motivo das aspas.
Luan e Thiago Martins substituíram Edu Dracena e Antônio Carlos, a dupla de zaga titular, e tiveram desempenho praticamente irretocável. Victor Luis entrou na vaga de Diogo Barbosa e fez mais uma partida consistente na lateral esquerda, o que pode credenciá-lo a retomar a condição de titular mesmo quando o camisa 6 voltar de lesão. Hyoran foi o substituto de Keno, atuando aberto pelo lado direito, e deu nova demonstração de que está cada vez mais à vontade. Quatro reservas que jogaram muito em Porto Alegre.
O quinto da lista, pasmem, é Willian. Lembra-se das aspas do primeiro parágrafo? Elas estão lá porque não dá para chamar o camisa 29 de reserva, mesmo que o ataque titular nos últimos jogos antes da ida de Borja para a seleção tenha sido composto pelo colombiano, Dudu e Keno.
Willian jogou 33 das 36 partidas do Palmeiras na temporada, sendo 24 delas como titular. A eficiência é impressionante: seja pelo lado do campo ou na função de centroavante, como tem sido nas últimas partidas, ele está sempre marcando gols. O ressurgimento da equipe contra São Paulo e Grêmio tem muito a ver com o ótimo momento vivido pelo Bigode, que marcou dois gols em cada jogo. Já são 12 na temporada, só três a menos que Borja.
- Eu vou repetir o que já ouvi o Willian dizer: ele não se considera um reserva, ele se considera um titular muito importante. E para que ele continue sendo importante, tem de trabalhar sempre forte. E ele trabalha. O Willian está de parabéns, porque é um grande cara e mostrou que sabe muito bem fazer gols de centroavante - disse o técnico Roger Machado.
Terceiro colocado, o Palmeiras deve alcançar o objetivo de chegar à parada da Copa do Mundo entre os quatro primeiros colocados. Para isso, precisará dar mais uma demonstração da força de seu elenco no domingo, contra o Ceará, de novo fora de casa: Dracena e Antônio Carlos voltam, mas Diogo Barbosa e Keno seguem fora e a dupla de volantes titular (Felipe Melo e Bruno Henrique) terá de cumprir suspensão.
Manter o nível da equipe mesmo com desfalques é um dos pontos fortes do trabalho de Roger Machado. As atuações consistentes fora de casa, como esta na Arena do Grêmio, são uma marca registrada do Palmeiras de 2018, inegável candidato a todos os títulos em disputa. Lembre-se que, há uma semana, muitos torcedores estavam pedindo desesperadamente a saída dele. Obviamente uma precipitação.
Outro ponto a se destacar no trabalho de Roger é a reação aos momentos de turbulência, geralmente com ajustes na formação titular. O último parece ter acabado a partir do momento em que ele decidiu trocar Lucas Lima por Moisés, que voltou a reger o meio de campo palmeirense e fez a produção dos homens de frente subir - Dudu que o diga.