A semana teve duas decisões importantes em meio à pandemia do coronavírus: as férias coletivas dos jogadores foram estendidas por mais dez dias e ficou definido que as partidas restantes do Campeonato Paulista acontecerão, provavelmente sem público. São caminhos que já estavam previstos, e indicam um roteiro a ser seguido no Palmeiras.
O Verdão já contava com a possibilidade de ampliar o descanso ao elenco, iniciado em 1 de abril e que, inicialmente, acabaria na segunda-feira, mas que, agora, vai até o dia 30. A confirmação disso dá ao clube a possibilidade de se aprofundar ainda mais no estudo para avaliar o impacto econômico da paralisação do futebol, e do fechamento de sua sede social, podendo indicar com mais clareza aos atletas se haverá a necessidade de cortes nos salários.
Um dos líderes da Comissão Nacional de Clubes, o presidente Maurício Galiotte aguardava a definição do grupo para aumentar as férias. O pedido de uma unidade nesse tipo de decisão entre os clubes foi feito insistentemente pela comissão técnica, principalmente pelo coordenador científico Daniel Gonçalves, que já indicou a possibilidade de desequilíbrio técnico caso clubes de regiões menos afetadas pelo COVID-19 no país retomem as atividades antes.
Na prática, a rotina dos jogadores não muda tanto. Todos estão liberados por tempo indeterminado desde 16 de março, com uma cartilha de exercícios atualizada frequentemente para manter a forma. Para eles, a única alteração é que, durante as férias, as exigências diminuíram, mas a maioria segue publicando atividades feitas em suas residências nas redes sociais. E o trabalho continuará longe da Academia de Futebol em maio.
As férias ampliadas, contudo, aumentam o estudo de impacto econômico que o Palmeiras realiza de forma mais profunda desde o início do mês. A diretoria mantém conversa com os jogadores, mas já afirmaram que a expectativa é de que não seja necessário reduzir o salário de ninguém. A avaliação, inclusive, tem sido feita em meio a atualizações que podem indicar um cenário com prejuízos mais controláveis, exatamente como tem ocorrido.
O Verdão desembolsou os salários de março integralmente e, ao mesmo tempo, recebeu a informação de que seus principais parceiros (Puma, fornecedora de materiais esportivos, e Crefisa e Faculdade das Américas, patrocinadores) vão manter seus pagamentos sem cortes, a princípio. Além disso, o avanço das semanas também mostram melhor quando será possível retomar as atividades normalmente.
O Palmeiras estuda para tomar uma decisão sem precisar alterá-la caso alguma novidade apareça. E é aí que entra a importância da videoconferência realizada pela Federação Paulista de Futebol. A definição de que as partidas restantes no Campeonato Paulista acontecerão de qualquer forma garante que todos os clubes receberão a última parcela da Globo pelos direitos de transmissão. Ou seja: um possível corte no faturamento previsto já pode ser descartado.
A reunião ainda serviu para Galiotte reforçar sua contrariedade à ideia cogitada de terminar o torneio jogando só no interior, e a opção sequer foi citada na conclusão do encontro. Ao mesmo tempo, a possibilidade bem provável de partidas sem torcida já faz o Verdão calcular, com menos incertezas, que não deve contar com o que costuma arrecadar de bilheteria. Na prática, definições que tornam uma conclusão mais clara do estudo econômico que se faz agora.