Cuca pede a palavra e diz que não sai: ‘Acredito que o trabalho vai vingar’

Alvo de manifesto da torcida organizada, que pediu sua saída, técnico convocou uma entrevista coletiva surpresa para blindar os atletas e mostrar que não está desanimado

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Horas após a divulgação do manifesto em que a Mancha Alviverde solicita sua saída, Cuca pediu para conversar com os jornalistas na Academia de Futebol - o entrevistado desta terça-feira seria Jean. O técnico disse que tem a maior parcela de culpa pela má fase do Palmeiras, mas reafirmou que não deixará o clube e disse acreditar que o trabalho dará resultados.

- Se o time não jogou ainda o que pode, a responsabilidade maior é minha. Você pode perguntar por que eu ainda não saí. Eu ainda não saí e não saio porque acredito que o trabalho vai vingar. Eu vou até o fim, não saio e vou cumprir o que prometi. Seria fácil ir para casa cuidar da minha netinha, minhas filhas. Mas eu amo o futebol. E fazendo as coisas certas, tenho a chance de mudar - disse Cuca, cobrado pela organizada por aparentar "desânimo" em suas entrevistas, algo que ele negou.


- Eu fico triste de perder, mas a vida me ensinou que se tiram lições das derrotas. No dia em que estiver desanimado, digo que não dá mais. É natural estarmos tristes pelo momento, mas não abatidos. Não estamos de guarda baixa, pelo contrário. Vamos mobilizar o clube inteiro, sábado é aniversário do clube e o que mais queremos é vencer. Precisamos de paz e trabalhar ainda mais do que estamos trabalhando - emendou.

Antes de dar entrevista, Cuca reuniu todo o elenco para uma conversa no gramado da Academia de Futebol. Segundo ele, o tom foi parecido com o de sua entrevista: mobilização para vencer o São Paulo no domingo, encerrar a série de três partidas sem vitória no Brasileiro e começar a brigar acima do quarto lugar. O técnico fez questão de blindar os jogadores, dizendo que gosta de todos e tem ambiente muito bom:

- Eu tenho um ambiente bom com eles, adoro estar junto deles. Não tenho nenhum jogador que possa dizer que não gosto. E acho que nenhum deixa de gostar de mim. Um pode gostar mais, por jogar, mas o ambiente é bom. Não podemos falar que o ambiente não é bom, que jogador está fazendo corpo mole, não é verdade. Se os resultados não vieram nos últimos jogos, não é por isso. Eu seria o primeiro a falar.

O presidente Maurício Galiotte e o diretor de futebol Alexandre Mattos também foram defendidos pelo treinador:

- A gente tem ouvido questionamentos ao longo destes dias todos, de quem é a culpa? Do presidente, que ficou 15 dias fora com a Seleção? Não é. Se ele saiu é porque confia no diretor de futebol e no treinador que tem. Ele aqui não ia mudar nada, não é ele quem dá o treino. Muita gente ouve falar que a culpa é do dirigente porque ele contratou errado, isso ou aquilo, algumas coisas até perigosas de falar, colocando em xeque a honestidade do Alexandre Mattos, que é íntegro, que só faz o bem para os clubes que passa. Eu confio no que ele faz. Tirando o presidente e Alexandre, sobra uma responsabilidade maior para o treinador - disse.

- Ontem vocês me tinham como segundo melhor treinador do país, hoje talvez seja o segundo pior. Mas na minha cabeça eu sou o mesmo que estava balançando a bandeira no trio elétrico ano passado. As coisas não estão acontecendo, mas vão acontecer. Os jogadores estão se doando ao máximo, não está acontecendo por outros fatores, talvez falta de confiança. Estou aqui de peito aberto para falar o que sinto. Não é fácil o Palmeiras em turbulência, é muito fácil jogar a toalha, mas eu não jogo. Vou reverter com os jogadores, com o Alexandre, com o presidente. Tem tristeza, mas não tem abatimento de ninguém - completou Cuca.

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