Dudu anunciou nesta terça-feira que recusou a proposta do Changchun Yatai, da China, e que permanecerá no Palmeiras. Ele tem contrato até o fim de 2020.
Os chineses ofereciam 13 milhões de euros (quase R$ 51 milhões) ao Palmeiras por 100% dos direitos econômicos de Dudu. Para o jogador, a oferta salarial superava os 4 milhões de euros (mais de R$ 15 milhões) anuais.
- Agradeci ao pessoal da China, é a quarta vez que eles tentam. Falei que agora não ia dar, ainda tenho meus objetivos aqui. Daqui uns anos, se eles ainda estiverem dispostos, podemos pensar em uma transferência - disse o camisa 7, que deu entrevista ao lado do diretor Alexandre Mattos.
Mattos abriu a coletiva revelando ter um acordo com Dudu desde 2016, quando recusou a primeira oferta do exterior por ele: se chegasse uma proposta superior ao dobro do que o clube investiu para tirá-lo do Dinamo de Kiev, Dudu seria liberado. Era o caso da proposta chinesa, mas o jogador não quis ir.
- Em 2016, no meio do ano, tivemos a primeira proposta pelo Dudu. A proposta salarial era de 3, 4 ou 5 vezes o que ele ganhava. Disse para ele ficar, porque precisava dele. Não podia mexer no contrato dele na época, porque já era muito bom. Conversei com ele: 'Dudu, te trouxe, sacrifício enorme, peço para você recusar para ser campeão'. Naquele momento fiz um compromisso com ele. Nós não temos cláusula de saída, o Palmeiras define o que pedir. O compromisso era vender se chegasse alguma coisa do dobro do valor do que o Palmeiras investiu. Agora chegou essa proposta da China. A coisa não é boa para ele, é excepcional. Mas uma coisa pesou muito: o amor por esse clube, o fato de querer ganhar ainda mais aqui. Ele ainda não cumpriu o seu ciclo aqui. O Dudu está no Palmeiras e não será vendido exclusivamente por vontade dele. Não significa que ele vai aposentar aqui, não significa que não vá sair ainda esse ano, mas nesse momento a felicidade dele pesou mais do que o lado econômico. Queria fazer esse testemunho para encerrar qualquer tipo de especulação e dizer para o Dudu que ele é fundamental aqui dentro - disse Mattos.
Os 100% dos direitos de Dudu custaram 6 milhões de euros ao Palmeiras. Na época da primeira oferta por ele, o clube ainda era dono de apenas 50%, comprados por 3 milhões de euros em 2015. A outra parte foi comprada com dinheiro da Crefisa no início de 2017. Quando o camisa 7 for vendido, a patrocinadora tem direito a receber 3 milhões de euros de volta.
Dudu ganhou aumento salarial em fevereiro do ano passado e diz estar muito satisfeito com o seu atual contrato, mas um novo reajuste não está descartado.
- Depende do Palmeiras, estou muito feliz com meu contrato aqui. Era muito dinheiro (a proposta chinesa), a maioria dos jogadores vai para lá ganhando muito dinheiro, mas eu construí uma relação de carinho com a torcida aqui, sou muito feliz aqui. Agradeço ao Mattos, ao presidente, ao pessoal da Crefisa que ajudou na minha permanência também - disse Dudu, que não colocou a Libertadores e a Seleção Brasileira como fatores fundamentais para sua decisão:
- Acho que não. Quando eu vim para o Palmeiras a gente não disputava Libertadores. É pelo clube, meus filhos gostam do clube. O carinho que recebo aqui é inexplicável. Seleção a gente sabe que é muito difícil. O treinador tem o time dele montado, dificilmente vai mudar. Quem sabe a próxima.