Nas alamedas do Allianz Parque a sensação nos dias que antecederam a eleição à presidente do Conselho Deliberativo do Palmeiras era de um clima inédito no tamanho do destaque para uma disputa que historicamente nunca esteve tão cheia de holofotes. O motivo estava na possibilidade do grupo de oposição em aplicar uma derrota política à presidente Leila Pereira, o que não ocorreu.
O resultado do pleito anterior, disputado em 2021, deu margem para que os opositores sonhassem em derrotar o grupo comandado pela atual mandatária palmeirense. Isso porque Seraphim Del Grande, que presidia o Conselho, só conseguiu vencer Mario Giannini, que representava o núcleo da oposição, por 15 votos de diferença: 129 a 114.
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Porém, o coletivo ligado aos responsáveis pela gestão atual do Palmeiras venceu com mais facilidade na noite da última segunda-feira (6). Alcyr Ramos da Silva Júnior, que era vice-presidente, assumiu o cargo máximo do Conselho Deliberativo vencendo Carlos Antonio Faedo, da oposição, com uma separação de 60 votos: 163 a 103, além de três votos em branco.
Para completar, Mauricio Camargo, que também representa o grupo político de Leila, venceu Felipe Giocondo na disputa para vice com uma vantagem ainda maior, de 66 votos: 163 a 97, com nove votos em branco.
O triunfo foi celebrado por Leila Pereira, que postou uma foto ao lado da dupla Alcyr e Maurício, minutos após a confirmação de que eles teriam vencido a disputa eleitoral.
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A vitória da situação na disputa pela presidência do Conselho foi a segunda relacionada ao órgão que o grupo teve. Em fevereiro, a Chapa Palestra, de Leila Pereira, conseguiu 44 das 90 cadeiras na eleição para conselheiros. A vantagem foi de 15 vagas em relação à Chapa Somos Palmeiras, de ex-presidentes como Mustafá Contursi e Paulo Nobre, que ficou com 29 espaços, e de 26 em relação à Chapa UVB, liderada pelo conselheiro e ex-diretor Wlademir Pescarmona.
Antes, em outubro do ano passado, Leila já havia tido sucesso ao ver a aprovação da mudança do estatuto, diminuindo o número de cadeiras para conselheiros vitalícios, o que aumentaria o espaço para membros eleitos a partir do pleito deste ano. A medida teve o aval tanto dos conselheiros, quanto dos sócios. Ela já tinha sido discutida, por exemplo, em 2019, durante a gestão do ex-presidente Maurício Galiotte, mas havia sido vetada no Conselho Deliberativo.
Assim, a eleição que elegeu o novo presidente do Conselho palmeirense era considerada pela oposição a melhor chance para dar um golpe em Leila Pereira e seus aliados, já que desde que ingressou à presidência palmeirense ela tem colecionado vitórias. Porém, isso não ocorreu.
HISTÓRICO POLÍTICO
A ligação política entre Leila Pereira e o Palmeiras começou no fim de 2016, quando a então patrocinadora do clube decidiu lançar o seu nome ao Conselho Deliberativo, mas sofreu resistência interna. O então presidente palmeirense, Paulo Nobre, como último ato à frente da sua gestão tentou impugnar a candidatura da empresária, alegando que ela tinha se associado ao Verdão em 2015 e, portanto, não teria tempo o suficiente para tentar se eleger conselheira.
No entanto, Leila tinha recebido um título de sócia benemérita em 1996, que foi dado pelo presidente à época, Mustafá Contursi. A versão foi avalizada por Maurício Galiotte, que sucedeu Nobre. A postura de Galiotte, inclusive, foi o estopim para a ruptura entre ele e Paulo, que eram aliados políticos.
Leila foi eleita conselheira do Palmeiras pela primeira vez em fevereiro de 2017, com recorde de votos na ocasião: 248. Mas a vitória foi confirmada quase um mês depois, no dia 6 de março, quando o Conselho Deliberativo do clube alviverde recusou o pedido de impugnação da candidatura dela. A atual presidente foi reeleita em 2021.
Esse segundo mandato permitiu que ela lançasse o seu nome ao cargo máximo na administração palmeirense, em dezembro de 2022. Após algumas desistências, Leila se lançou sozinha ao cargo de presidente e recebeu 1897 votos, se tornando a primeira, e até então única, mulher a ocupar o cargo.