Endrick pode ser punido por se tornar garoto propaganda de medicamento?

Atacante do Palmeiras e da Seleção Brasileira é patrocinado pela Neosaldina, que possui isometepteno, substância proibida pela Agência Mundial Antidoping

imagem cameraEndrick defende a camisa do Palmeiras (Foto: Cesar Greco/Palmeiras/by Canon)
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Izabella Giannola
São Paulo (SP)
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Vitor Coelho Palhares
São Paulo (SP)
Dia 13/12/2023
16:39
Atualizado em 14/12/2023
13:06
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Endrick, campeão brasileiro pelo Palmeiras, tornou-se garoto propaganda de um medicamento que possui em sua fórmula uma substância que é considerada doping e, consequentemente, proibida pela Agência Mundial Antidoping (WADA). Na última sexta-feira (8), o atacante anunciou uma parceria com a Neosaldina, medicamento que atua no alívio de dores de cabeça.

O isometepteno, presente na composição, é responsável por aumentar os níveis de atividades motoras e cognitivas. Além do ganho técnico, a substância pode mascarar a presença de outros agentes químicos. Portanto, aparece na página 15 da lista da WADA, na seção S6, como estimulante vetado.

- O Isometepteno não tem nenhum efeito que possa ser maléfico se considerarmos a ação analgésica que a medicação se propõe a resolver. No entanto, pelo fato de ser estimulante, é uma substância proibida para atletas - comentou José Cruvinel, médico do esporte e diretor de operações da Cliff.

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Com a polêmica envolvendo a relação do jogador com a empresa, Endrick pode ser punido por uma decisão em processo da Justiça Desportiva Antidopagem ou até em via recursal pelo Tribunal Arbitral do Desporto.

No entanto, na visão do consultor jurídico, o atacante do Palmeiras não deve sofrer sanções em razão do patrocínio, pois não se beneficiou pelo uso do medicamento durante as competições que disputou.

Endrick, do Palmeiras, é o novo garoto propaganda de medicamento para alívio de dores de cabeça (Foto: MIGUEL SCHINCARIOL/ AFP)

- Nunca vi punição por patrocínio de droga lícita ao atleta caso não efetue o uso durante as competições. Proibido é o incentivo, propagação e estímulo de substâncias que estão na lista Antidopagem da WADA e que não são autorizadas para consumo como droga lícita - explicou Rafael Teixeira Ramos, consultor jurídico desportivo.

Com duração de cinco anos, o acordo entre as partes prevê um pagamento anual de R$2,5 milhões, com possíveis bonificações extras por metas não reveladas.

A marca de medicamentos e o staff do jogador se pronunciaram sobre o caso por meio de um comunicado. No texto, as partes afirmam que têm convicção que a parceria entre jogador e marca respeitam todas as regras das agências antidoping. Leia o comunicado na íntegra a seguir.

"Endrick e Neosaldina seguem muito felizes com a parceria firmada para os próximos 5 anos. A campanha da marca enfatiza a personalidade e a forma alegre e ao mesmo tempo potente e responsável com que buscam atender seus objetivos.

Neosaldina e as agências que cuidam da carreira do atleta têm absoluta convicção de que essa parceria foi feita respeitando todas as regras das agências antidoping e desportivas no Brasil e no mundo.

Por último, é fundamental reforçar que Endrick e Neosaldina são firmes em defender o jogo limpo e o respeito às regras no campo e fora dele"

*Matéria atualizada às 22h31 com o comunicado da marca de medicamentos e do staff do jogador.

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