Após a expulsão errada de Gabriel, o Palmeiras ficou um tempo inteiro com um jogador a mais que o Corinthians. E o que criou nesses 45 minutos? Um gol corretamente impedido de Mina, e uma boa cabeçada de Keno. Ambos de cruzamentos para área, a única arma do time para furar o bloqueio bem armado pelo Corinthians. Muito pouco.
O Verdão acabou a partida com 66% de posse de bola, 13 finalizações (quatro certas), mas foi ineficaz. Guerra deu mais mobilidade no segundo tempo, só que o time trocou passes, rodou a bola na intermediária e... quase nada. O Palmeiras não teve repertório para encontrar espaços. Para piorar, levou o gol depois uma falta a seu favor, perto dos acréscimos, em vacilo do venezuelano.
Não é hora de fazer caça às bruxas, mas o time de Eduardo Baptista, depois de uma apresentação convincente contra o fraco Linense, decepcionou bastante. Há um problema neste início de trabalho: Felipe Melo tem sido muito marcado e a saída de bola com o camisa 30 não tem acontecido por isso. Sem Moisés e Tchê Tchê, o time ainda não encontrou outro jogador que volte para colaborar na criação de jogadas no campo de defesa. No segundo tempo do Dérbi, Mina chegou a jogar como um volante para levar o time à frente.
Pelas condições do clássico, o Palmeiras apresentou muito pouco. As substituições de Eduardo, sempre de jogadores de mesma posição, não surtiram efeito. O técnico acertou no diagnóstico: faltou velocidade para o time criar espaços. Mas este não era o único ponto: o Verdão estava engessado na Arena Corinthians, com pouca movimentação. Baptista, que não quer sobrecarregar o grupo com informações em excesso nesse início de trabalho, ainda não achou uma alternativa para quando o 4-1-4-1 não funciona.
- Hoje a gente tentou, de algumas formas, criar situações e infelizmente não conseguimos. Eles estavam fechados, nossa equipe demorou um pouco nas triangulações, faltou um pouco de intensidade, mas ficou claro para a gente depois do jogo. Nos cobramos, sabemos que temos de melhorar - pontuou Zé Roberto.
O Dérbi que tinha todo o potencial para dar de uma vez a tranquilidade que Eduardo Baptista precisa nesse início de trabalho, fez com que as críticas voltassem a rodeá-lo. O Palmeiras e seu treinador desperdiçaram uma grande oportunidade em Itaquera.