O Palmeiras deixou a Arena Corinthians sem falar no protesto feito pela Mancha Alviverde, sábado, em frente à Academia de Futebol. O presidente Maurício Galiotte e o diretor de futebol Alexandre Mattos estavam no estádio para assistir ao Dérbi, mas não deram entrevistas. Luiz Felipe Scolari e os jogadores preferiram não responder ao serem perguntados.
- Eu vou falar do jogo, não adianta vir com historinha para cá, não vou falar de nada disso. Só vou falar do jogo - respondeu Scolari, após o 1 a 1.
Felipão foi o principal alvo do protesto, com faixas o chamando de "dono do clube" e uma mais agressiva, fazendo alusão a sua resposta após a eliminação na Copa do Brasil: "ninguém morreu ainda!". Um dos cantos entoados era: "Ô Felipão, vai se f..., se não ganhar amanhã (domingo) é você quem vai morrer". A Mancha, em nota, diz que o grito não era uma ameaça, mas uma ironia pelas entrevistas do treinador.
O clima antes do clássico criou o temor de que o técnico pudesse pedir demissão no domingo, ato negado por ele. Os jogadores seguiram o discurso do chefe e também pediram para falar apenas da partida na saída de Itaquera.
- Todas estas questões, nós, atletas e comissão técnica, não vamos falar sobre isso. Vamos falar do jogo, da equipe, do que estamos buscando fazer. Queremos fazer nosso trabalho, aquilo que o clube espera que a gente faça, brigando pela ponta da tabela, na Libertadores. Estamos focados só em jogar futebol - reforçou Bruno Henrique.
- A gente não pode perder tempo com isso, não vamos nem entrar no assunto, tem de falar de futebol. O clube tem tomado as providências, e temos de pensar em jogar futebol. Vamos falar só de futebol - acrescentou Weverton.
O único posicionamento do Palmeiras sobre o caso foi uma nota oficial na noite de sábado, em que prometia providências. Ainda não há definição sobre qual será a atitude da diretoria.
A escola de samba da torcida teve, pela Lei de Incentivo a Cultura, o carnaval bancado nos últimos anos pela Crefisa, patrocinadora do clube e comandada pelos conselheiros José Roberto Lamacchia e Leila Pereira, ambos muito ligados politicamente a Galiotte.