Felipe Melo se manifestou pela primeira vez após ser afastado pelo Palmeiras. Primeiro, veio a público uma mensagem de voz em que o volante chama o técnico Cuca de covarde e mau caráter, diz que não voltará a trabalhar com ele e abre as portas para um retorno ao Flamengo. Horas depois, ele deu uma entrevista à ESPN Brasil em tom mais conciliador, dizendo que tomou "um pouquinho de champanhe" para comemorar o aniversário de sua esposa e que nem lembra para quem mandou o áudio.
- Aqui não tem jeito, aqui já era, com esse cara eu não trabalho. Esse cara é covarde, mau caráter, mentiroso. Fica ligando para a imprensa falando um monte de coisa. Por enquanto não estou falando, quando falar vou rasgar ele no meio, mas enfim... Agora vamos ver. Confesso que tem vários clubes interessados, vários. Corinthians, Inter, São Paulo, Grêmio, Atlético-MG, Flamengo, todo mundo está interessado. Agora, o negócio foi ontem, creio que agora vão começar a clarear as coisas. O presidente do Palmeiras quer conversar comigo, "vamos ver se a gente faz alguma coisa", só que com esse cara eu não fico, não tem que fazer nada, não. A torcida veio contra, então eles estão doidinhos, né? Vamos ver... Flamengo, parece que estamos conversando aí. Se o Flamengo realmente quiser esse é o momento. Esse é o momento, nunca esteve tão fácil - diz o jogador, no áudio vazado.
- Eu escutei o áudio, o áudio é meu. Não lembro com quem eu falei. Tomei um pouquinho de champanhe, comemorei o aniversário da minha esposa. Sobre o Cuca, de repente falei essa situação com o coração um pouco partido, um pouco triste. Por respeito ao grupo, ao Palmeiras, achava válido não dar nenhuma entrevista, acabei dando entrevista porque vazou esse áudio. Peço que desconsiderem esse áudio, era um momento de festa e nem lembro o que falei - explicou o jogador, posteriormente, à ESPN.
Felipe Melo foi titular no jogo contra o Cruzeiro, que determinou a eliminação do Palmeiras da Copa do Brasil, quarta-feira passada. Cuca o liberou para buscar outro clube na sexta-feira, e explicou no dia seguinte que tomou a decisão por não enxergá-lo como titular em sua equipe. O jogador, porém, revelou que teve, sim, um atrito com o técnico no vestiário do Mineirão:
- Nesses sete meses nunca tive nenhum atrito com nenhum companheiro, inclusive me senti muito querido depois do acontecido. A maioria conversou comigo, a outra parte mandou mensagem. Confesso que cobro, que cobrei, que fui cobrado, mas tudo dentro de uma lógica. Errei naquele dia, porque naquele dia eu falei alguma coisa contra o Cuca. Dois dias depois nos reunimos, tivemos uma conversa com o presidente, e eu pedi desculpas. Nunca tinha passado por isso na minha carreira, nunca tive desavença com nenhum treinador. Fiquei muito abatido com essa derrota, porque queria ser campeão da Copa do Brasil, e realmente errei. Assumi meu erro perante o grupo, pedi desculpa ao grupo, à diretoria, olhando nos olhos do Cuca. Ele me desculpou, apertou minha mão e disse que não trabalharia mais comigo. Pode ser também uma questão tática e técnica, não sei. A verdade é que joguei toda minha vida de uma forma e com o Cuca tinha que mudar, mas não vejo problema, até porque contra o Coritiba e o Vasco eu fiz o que ele pedia, marcar individual - contou.
Felipe Melo tem contrato com o Palmeiras até dezembro de 2019. O Flamengo, clube que ele cita no áudio, posicionou-se nesta segunda-feira por meio do diretor Rodrigo Caetano: "hoje não tem nada".
Confira abaixo as outras respostas de Felipe Melo:
Vai se reapresentar nesta terça?
Eu sou empregado do clube, então nada mais justo do que amanhã eu me apresentar e fazer meu trabalho como sempre fiz.
Não joga mais com Cuca?
Se tem uma coisa que eu tenho e é muito importante é meu caráter, minha forma de encarar as coisas. Encaro muito para a frente, gosto de falar cara a cara. Foi o que aconteceu com o grupo do Palmeiras. Quando parei de falar, fui aplaudido de pé. Quando cheguei, nessa minha volúpia, acabei falando uma coisa que deu bastante problema, que foi o famoso tapa na cara de uruguaio. Eu vim para o Palmeiras para ficar três anos, queria fazer uma história bonita. Vou me apresentar amanhã, vou treinar. Estou à disposição, sou empregado do Palmeiras. A minha ideia é chegar amanhã, treinar, e se tiver uma conversa com o treinador, com qualquer pessoa, estou disposto a ouvir.
E o futuro?
Minha esposa, há dez minutos, falou: "Olha, se você não ficar, vamos embora?". É complicado falar alguma coisa. Tenho pensado muito no Palmeiras, nesse jogo do dia 9 (contra o Barcelona-EQU, pela Libertadores), que é muito importante para nós. Se concluir que não vou ficar, vamos pensar com carinho. Até agora não chegou oferta do Brasil. Tive oferta de dois clubes turcos, não do Galatasaray, e prontamente foram recusadas.
Próximos passos
A gente tem que ver o que vai acontecer amanhã (terça) quando eu chegar lá. No Palmeiras tem pessoas competentes, de alto nível, que vivem pelo Palmeiras e trabalham de forma magnífica, que são o presidente e o Alexandre Mattos. Vamos ver o que eles, juntamente com o treinador, têm preparado. Vou acatar o que eles falarem. Vi muitas pessoas falarem que o Felipe pode dar problema, como o próprio treinador falou. Na Inter eu cheguei para jogar, fui titular, depois fui para o banco, depois para a tribuna, porque nem era relacionado. E terminei o ano jogando. Ninguém é melhor do que ninguém. Em nenhum momento no Palmeiras eu tentei tomar o comando. Eu sou um comandado, não um comandante. A torcida tem ficado do meu lado por saber o grande profissional que eu sou. As pessoas me caracterizam pelo que veem em entrevistas. Não existe briga com Dudu, com Borja, com Egídio. Com Egídio e Borja falo quase todos os dias, uma situação bem bacana. A gente fica triste pelos fatos que vieram à tona, porque são fatos que não aconteceram.
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