Arouca ficou tanto tempo fora que, quando entrou em campo, pode nem ter sido reconhecido por muitos torcedores no Pacaembu, já que estava sem suas tradicionais trancinhas. Mas até a mudança do penteado foi uma estratégia do volante de 31 anos, que passou por duas cirurgias no tornozelo esquerdo e considerou sua estreia em partidas oficiais na temporada, nesta quinta-feira, uma "reestreia profissional".
- Foi como se fosse uma estreia no profissional. Vocês não têm noção do que passei neste ano. Infelizmente, fiquei muito tempo fora, coisa que nunca tinha acontecido. Foi o pior momento que tive na minha carreira. Só Deus e minha família sabem o que passei. Tenho de agradecer a Deus e minha esposa, que me aturou esse tempo todo em casa, chateado, sem querer sair, nada - contou o meio-campista, que só tinha atuado em amistoso contra a Chapecoense, em janeiro.
- Não foi por culpa minha, eu queria voltar o quanto antes. Na pré-temporada, eu estava sentindo muita dor, nem o remédio fazia mais efeito. Foi feita uma cirurgia mais simples para eu voltar o quanto antes. Voltei, fui relacionado, e senti dor de novo. Não teve jeito, precisei fazer um procedimento mais agressivo, que duraria seis meses. Na hora, é difícil aceitar, mas pensei na minha carreira. Eu me empenhei ao máximo, corri atrás do tempo perdido, trabalhando em dois períodos e para voltar - disse o jogador, lamentando os comentários que ouviu enquanto esteve parado.
- Tive que escutar muita coisa. Ninguém sabe o que é ficar sem poder fazer o que mais gosta, sem poder treinar, jogar, e ver os companheiros se esforçando para conquistar vitórias e títulos. De fora, é muito mais complicado. Sofri bastante, pela cirurgia e pelo momento difícil do Palmeiras neste ano. Graças a Deus, estamos dando a volta por cima. Espero poder dar continuidade agora e ajudar o Palmeiras.
E nem estava previsto que Arouca entraria em campo no lugar de Tchê Tchê, aos 39 minutos do segundo tempo da vitória por 2 a 0 sobre a Ponte Preta, nesta quinta-feira. O volante só foi relacionado porque, nessa quarta-feira, Michel Bastos teve problema físico e teve de ser cortado.
Arouca disputou o amistoso contra a Chapecoense, em janeiro, mas uma entorse no tornozelo o fez passar pela primeira cirurgia. O procedimento serviu para tirar um fragmento de cartilagem que incomodava o jogador. Ele se recuperou, chegou a ficar à disposição, mas a dor voltou, tornou-se intensa e , em 24 de março, ele passou por um procedimento mais complexo, para tratar de uma vez a cartilagem. Reapareceu nos treinos no campo há algumas semanas, sem tranças.
- No momento em que fiquei parado, decidi mudar um pouco. Passa muita coisa na cabeça... Decidi por esse penteado. Quem sabe ainda volto com a trança - sorriu.