Galiotte exalta Nobre, mas admite diálogo com WTorre e organizadas

Novo presidente, que não tem mais conversado com o antecessor, adota estratégias diferentes nas relações com construtora e torcida, com quem Nobre não se dava bem

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Lance!
São Paulo (SP)
Dia 08/02/2017
19:40
Atualizado em 09/02/2017
08:24
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A coletiva em que anunciou a renovação do contrato de patrocínio com Crefisa e FAM foi a primeira manifestação pública de Maurício Galiotte desde que ele e Paulo Nobre se afastaram. O atual presidente do Palmeiras fez apenas elogios ao antigo mandatário, de quem foi vice por dois mandatos, mas deixou algumas diferenças claras. No modo de se relacionar com a WTorre e as torcidas organizadas, por exemplo.

- O Paulo Nobre iniciou em 2013 em uma situação catastrófica. Prestou um serviço ao clube que todos nós temos uma dívida de gratidão. Hoje, o presidente é membro nato do COF, é conselheiro vitalício, e se colocou à disposição para ajudar quando houver necessidade - disse Galiotte, antes de detalhar, também pela primeira vez, como está lidando com construtora e torcidas:

- Sobre a WTorre, nós fizemos reunião de trabalho, levantamos todas as pendências que existem entre clube e parceiro. Nossos executivos e os executivos da WTorre estão envolvidos para a gente conseguir sanar todos os assuntos ao nosso alcance. Óbvio, com cada um defendendo seus interesses. Temos assuntos na arbitragem, esses permanecem. Os demais, tentamos evoluir com diálogo. Sobre torcida organizada, a nossa gestão tem por princípio respeitar a todos. Todos os torcedores terão nosso respeito, o uniformizado, o familiar, o sócio Avanti, que fez a diferença na reconstrução. Acho que a uniformizada é uma instituição que será respeitada, cada um fazendo seu papel, com respeito mútuo - disse.

Paulo Nobre cortou relações com as torcidas organizadas em 2013, depois que membros da Mancha Alviverde caçaram Valdivia no aeroporto de Buenos Aires. Desde aquele episódio, não houve mais diálogo entre clube e torcidas, muito menos benefícios, como ingressos grátis e viagens financiadas.

A crise com a WTorre estourou alguns meses depois, também em 2013. As partes iniciaram uma discussão na arbitragem para definir quantas cadeiras do Allianz Parque cada um pode comercializar. Depois, uma nova arbitragem foi aberta, com a construtora discutindo sobretudo os descontos que o clube concede aos seus sócios-torcedores no preço dos ingressos. Os atritos foram aumentando e se tornaram praticamente pessoais, a ponto de a construtora instalar uma câmera no camarote da diretoria alviverde para vigiar Nobre depois que ele se exaltou com um flamenguista no local.

A gestão Galiotte não pretende dar privilégios às uniformizadas, mas tomará algumas medidas para melhorar a relação. Uma delas será recolocar as organizadas na Arquibancada Amarela em jogos no Pacaembu. Historicamente as torcidas lá ficavam, mas desde a abertura do Allianz Parque, Nobre os deixava no Tobogã, por ser o setor mais barato do estádio municipal, assim como é o Gol Norte na arena. Para os jogos fora de casa, o clube quer voltar a comercializar nas bilheterias do Palestra os ingressos, caso o mandante os disponibilize. A atual cúpula não quer dar preferência, mas sim facilitar a comercialização para os palmeirenses que vão de São Paulo para as partidas fora do estado.

Já a WTorre tem feito questão de mostrar que a relação tende a melhorar: retirou a câmera do camarote, desejou boa sorte ao novo presidente nos telões do estádio e, via seus principais executivos, diz que sentiu as conversas "mais leves" após a primeira reunião.

O rompimento entre Nobre e Galiotte foi motivado justamente pela diferença na relação de cada um com a Crefisa. O último ato de Nobre, que vivia às turras com os donos da empresa, foi tentar impugnar a candidatura de Leila Pereira ao Conselho. Galiotte, por sua vez, permitiu que ela concorresse.

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