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GIFs para a história: Palmeiras revê Boca, carrasco e vítima de 6 a 1

Verdão volta e encontrar o clube argentino por uma competição após 17 anos. Último embate, na semi da Libertadores de 2001, foi marcado por erros de arbitragem

Alex, pelo Palmeiras, na semi de 2001, último jogo contra o Boca pela Libertadores: veja os últimos duelos
imagem cameraDANIEL GARCIA / AFP
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Lance!
São Paulo (SP)
Dia 10/04/2018
17:34
Atualizado em 10/04/2018
17:45

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O Palmeiras, enfim, vai reencontrar o Boca Juniors (ARG) por uma Copa Libertadores, nesta quarta-feira, às 21h45, pela terceira rodada da fase de grupos, no Allianz Parque. Há torcedores que já estão prestes a tirar a carteira de habilitação e nunca viram o confronto pela competição. Um confronto que marcou a última virada do século. Quase 17 anos se passaram desde o último duelo, na semifinal de 2001, quando o personagem principal da disputa foi o árbitro paraguaio Ubaldo Aquino, responsável por cometer erros crassos contra o Verdão na partida de ida, empatada em 2 a 2, em La Bombonera - o Boca se classificou na volta, nos pênaltis, após empate pelo mesmo placar. Uma noite em que Juan Román Riquelme brilhou no velho Palestra Itália. O LANCE! conta um pouco da história do confronto, jogo único deste meio de semana pela Copa Libertadores... Os olhos da América estarão no Allianz!

A maior goleada sofrida pelo Boca

Antes de chegar ao fim do século passado, vamos parar a máquina do tempo na noite de 9 de março de 1994, também no antigo Palestra. Foi ali que o Boca Juniors (ARG) sofreu, para o Palmeiras, a maior goleada de sua história na Libertadores. Um baile do esquadrão palmeirense da Era Parmalat, que seria bicampeão brasileiro e bicampeão paulista naquele ano. A conta foi fechada em 6 a 1: Cléber, Roberto Carlos, Edílson, Evair (dois) e Jean Carlo marcaram para o Verdão. Martinez, de pênalti, descontou para os argentinos. O segundo gol foi um golaço, com assistência de calcanhar para a bomba de Roberto Carlos, para delírio dos 19 mil pagantes presentes no estádio. O volante argentino Mancuso jogava pelo Boca e, no ano seguinte, reforçou o Verdão.

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Imagine um grupo com Palmeiras, Cruzeiro, Boca Juniors (ARG) e Vélez Sarsfield (ARG). Pois naquela época era possível. Dois clubes representavam cada país e eles sempre caíam na mesma chave com outra dupla. Deu Brasil e Argentina no sorteio para aquele Grupo 2. O Verdão campeão brasileiro de 1993 encarou os argentinos ao lado da Raposa, campeã da Copa do Brasil. O Palmeiras venceu todos jogos em casa e perdeu todos fora. Três se classificavam e o Verdão foi o terceiro - o Boca acabou ficando na lanterna e foi eliminado da Copa. Na Argentina, o time de Vanderlei Luxemburgo perdeu por 2 a 1. Nas oitavas, o Alviverde acabou eliminado para o São Paulo, então atual campeão do torneio.


Deu Verdão na Mercosul

O reencontro com o Boca aconteceu quatro anos depois, pela Copa Mercosul, conquistada pelo Palmeiras. O torneio cumpria no calendário o papel da atual Copa Sul-Americana e teve quatro edições, de 1998 a 2001 (o Verdão chegou em três finais e conquistou uma taça, justamente a primeira). Nas quartas de final, Almir, Arílson e Magrão marcaram na ida, no Palestra, em vitória por 3 a 1. A classificação veio em La Bombonera com empate (1 a 1): gol de Alex. O Palmeiras conquistou o título na final contra o Cruzeiro naquela competição, que foi considerada como ensaio para a conquista da Libertadores de 1999.

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Final de gigantes

De um lado, o atual campeão da América em busca do bi. Do outro, um bicampeão que não conquistava a Libertadores há 22 anos. Neste cenário, Palmeiras e Boca Juniors chegaram à final de 2000. Ambos eliminaram seus grandes rivais na campanha: o Verdão bateu o Corinthians na semifinal ("correu Marcelinho, bateu, defendeeeeu Marcos") e o Boca tirou o River Plate nas quartas, com um 3 a 0 histórico em La Bombonera no jogo de volta, quando Palermo voltou de uma grave lesão, fez o seu, chorou e fez o estádio chorar de emoção. Córdoba; Ibarra, Samuel, Bermúdez e Arruabarrena; Battaglia, Traverso, Basualdo e Riquelme; Guillermo Schelloto (atual treinador da equipe argentina) e Palermo era a formação de um Boca que hoje é considerado um dos maiores da história do clube. Comandados pelo ídolo Carlos Bianchi.

A história do confronto é marcante para os xeneizes, que dedicam espaço especial em seu memorial para a final contra o Palmeiras - imagens da decisão abrem um documentário sobre o clube ("Boca juniors 3D") que está no Netflix. Pois o jogo de ida, na entupida Bombonera, fez os argentinos viajarem ao Brasil com gosto de derrota. O Palmeiras arrancou um 2 a 2 na casa do adversário, buscando duas vezes o empate após ficar em desvantagem. Arruabarrena marcou dois para o Boca, Pena e Euller empataram para o Verdão.


Com Maradona, torcedor do Boca, como comentarista de uma TV argentina no Morumbi, o Palmeiras de Felipão confiava no bicampeonato na volta. Mas a festa foi dos torcedores argentinos, que ocuparam um espaço considerável da arquibancada e fizeram muito barulho. O jogo terminou 0 a 0, com um gol mal anulado de Palermo, e um pênalti reclamado no palmeirense Asprilla.

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Não havia critério do gol qualificado, o que daria vantagem ao Palmeiras. O jeito foi decidir o título nas cobranças de pênaltis. A sorte (e competência) que acompanhava o Palmeiras em penalidades desde a conquista de 1999 acabou. Após quatro vitórias seguidas em penalidades pela competição, Córdoba estudou os palmeirenses e pegou as cobranças de Asprilla e Roque Júnior. Bermúdez fechou a conta para a vitória dos argentinos por 4 a 2.


A festa no Morumbi ficou com os xeneizes. O zagueiro Argel deixou o campo chorando, mesma reação de muitos palmeirenses na arquibancada. Véspera de feriado de Corpus Christi, restou à torcida aguentar a piada de "Porcos Triste".


'Robaldo' Aquino

Este é o apelido que a torcida do Palmeiras deu ao árbitro Ubaldo Aquino no reencontro entre Boca e Verdão, no ano seguinte, desta vez pela semifinal da Libertadores. O placar da ida, também na Bombonera, foi igual ao do ano anterior. Mas poderia ter sido muito diferente, não fosse a influência da arbitragem. "Em futebolês claro, foi um dos maiores assaltados da história. O Palmeiras, apesar do apito inimigo, foi sempre melhor e perdeu chances para detonar o Boca", diz o texto narrado por Fernando Vanucci em matéria do jogo na TV Band. O Palmeiras, de Celso Roth, ficou duas vezes na frente. O primeiro empate, após gol de Alex, veio de pênalti inexiste convertido por Schelloto.


Fábio Júnior voltou a colocar o Palmeiras na frente e Barijho, que já poderia ter sido expulso por pisão na mão do goleiro Marcos, empatou. O Verdão reagiu de novo quando Fernando saiu na cara do goleiro Córdoba e sofreu pênalti. Aquino não só não marcou a penalidade como expulsou Fernando com o segundo amarelo, alegando simulação... O jogo ficou no 2 a 2.


Eliminação e voadora no auxiliar

Os erros de arbitragem voltaram a acontecer no jogo de volta, em 13 de junho de 2001, no último jogo por competição entre Palmeiras e Boca. É verdade que antes disso o meia Riquelme começou a dar seu show no Palestra Itália, conduzindo o time argentino a um placar de 2 a 0 logo no início do jogo. O craque, que quase jogou no Verdão em 2013, colocou Argel para dançar.


Um impedimento mal marcado em gol de Fabio Júnior fez com que um torcedor palmeirense invadisse o campo com uma voadora no auxiliar. O mesmo Fabio já tinha descontado (2 a 1), antes, mas ninguém segurou o palmeirense, conhecido como Zeca Urubu, que ficou famoso na arquibancada do Palestra. O Palmeiras empatou na etapa final e, de novo, parou em Córdoba nos pênaltis. Alex, Arce e Basílio perderam as cobranças naquela noite... O Boca pegou o Cruz Azul (MEX) na final e, de novo nos pênaltis, foi campeão. Foi uma década de domínio xeneize, com títulos em 2000, 2001, 2003 e 2007, esta a última conquista do clube na Copa. São seis taças do Boca na Libertadores, só atrás do rival Independiente (ARG), que tem sete.


Adeus ao Velho Palestra

A última partida entre Palmeiras e Boca, no entanto, não foi na Libertadores de 2001. Os argentinos foram convidados para um amistoso que marcou o fechamento do Palestra Itália para a construção da nova arena, em 2010. Em 9 de julho daquele ano, feriado em São Paulo, o Boca venceu por 2 a 0. O time palmeirense, comandado por Murtosa, não deixa saudade como o antigo estádio: Bruno (Deola); Vítor, Maurício Ramos (Léo), Danilo e Gabriel Silva; Edinho, Márcio Araújo (Vinícius), Lincoln (Marcos Assunção) e Cleiton Xavier; Ewerthon (Tadeu) e Kléber. Viatri e Muñoz marcaram os gols do Boca.


Retrospecto

Antes de 1994, Palmeiras e Boca só tinham se enfrentado por amistosos e torneios de menor expressão. São 21 partidas, com sete vitórias do Verdão, 11 empates e três triunfos do Boca. Foram seis duelos em Libertadores: uma vitória para cada lado e quatro empates. E duas vitórias argentinas em penais.

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