A impaciência dominou o Allianz Parque neste sábado. E não por conta da torcida, que esperou o apito final para vaiar o time. Mas muito de quem entrou em campo, mostrando uma falta de precisão que custou o 0 a 0 diante do Santos, mesmo levando muito mais perigo do que o adversário, e acumulou mais um clássico sem vitória dentro de casa.
Diante de um adversário que poupou seus principais jogadores, pensando na Copa Sul-Americana, o Palmeiras foi se preocupar em chegar ao ataque com mais tranquilidade somente no segundo tempo. Foi quando apareceu a ineficiência para balançar as redes, como já tinha ocorrido na derrota por 1 a 0 para o Corinthians, também, no Allianz Parque, no último dia 2.
A diferença para o Dérbi é que, neste sábado, ao menos, a equipe acertou o gol. Por duas vezes, parou em milagres do goleiro Everson, em cabeçadas de Dudu e Gustavo Gómez, quando os comandados de Luiz Felipe Scolari estavam melhores em campo. Mas o que se viu em outro lances foi uma falta de tranquilidade que custou somar mais três pontos.
Principalmente no primeiro tempo. Seja por irritação, justa ou não, com a arbitragem, ou na escolha de jogadas, o Verdão entrou em campo com escolhas tensas. Apelou a lançamentos muito mais do que costuma. Forçava seus jogadores de ataque a correr, se desgastar e, rapidamente, já tinham que correr atrás da bola, mais frequente em pés santistas.
No primeiro tempo, a tranquilidade apareceu em Victor Luis, que optou por um cruzamento rasteiro. Foi quando a impaciência dominou todos no estádio, consequência do inacreditável erro de Borja, incapaz de empurrar a bola para um gol completamente vazio e fazendo o mais difícil, tirando-a das redes.
No segundo tempo, Moisés estava mancando, comprometendo um meio-campo que não funcionou tão bem na etapa inicial, mas o time encontrou espaço pelas pontas. Felipe Pires entrou no jogo e, na marcação, Thiago Santos e Borja conseguiram dar ao Santos somente duas chances de perigo, uma bem defendida por Weverton e outro chute de Jean Lucas que passou muito perto. Bem menos do que os cinco lances de quase gol a favor dos anfitriões.
Fora os dois milagres de Everson, a impaciência apareceu quando Raphael Veiga, que mais tentou do que ajudou nesta noite, insistiu em chutar duas vezes em vez de ver Felipe Pires livre. Pouco depois, Antônio Carlos não foi na bola com a força e a decisão que deveria para finalizá-la nas redes - como ocorreu ao longo de todo o segundo tempo, já que, pelo alto, como no Dérbi, o Palmeiras esteve bem superior ao rival.
A entrada de Ricardo Goulart fez a torcida se levantar para comemorar, mas não fez mais do que manter a bola na frente. Sem precisão nem paciência, o Palmeiras não encontrou maneira de vencer um clássico na temporada. Bem diferente do que ocorreu no ano passado com Felipão, vencendo todos os duelos diante de seus rivais mais tradicionais na conquista do Brasileiro.