A briga judicial envolvendo o Palmeiras e a Real Arenas, empresa da WTorre, ganhou um novo capítulo na sexta-feira (16). Isso porque a gestora do Allianz Parque foi notificada pela Justiça a pagar a dívida de R$ 128 milhões ao Verdão. O valor é referente a receitas da arena não repassadas ao clube desde 2015 e, segundo a notificação, precisa ser pago em três dias úteis. A informação é do GE e foi confirmada pelo Lance!.
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Dessa forma, a Real Arenas tem até meia-noite de quarta-feira (21) para quitar a dívida com o clube. Se a determinação judicial não for cumprida no prazo, a empresa terá 15 dias para responder. Se novamente não houver uma resposta, a consequência poderá ser de penhoras e outras ações.
Segundo o GE, o documento já havia sido enviado outras três vezes para o endereço da empresa, mas o carteiro não havia sido recebido. A entrega aconteceu finalmente no fim da tarde de sexta-feira (16), quando começou a contar o prazo para o pagamento.
Em nota enviada ao Lance! na manhã deste sábado (17), a Real Arenas afirma que buscará medidas cabíveis e nega o valor da dívida. Confira:
"A Real Arenas reafirma que não deve R$ 128 milhões para o Palmeiras e que os débitos de ambas as partes estão em arbitragem em curso. A empresa informa que analisou o conteúdo da citação e tomará as medidas cabíveis"
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Segundo o contrato selado entre o Verdão e a WTorre, o clube tem direito a receber percentuais que crescem gradativamente ano a ano do acordo de exploração do estádio. Ou seja, parte das receitas referentes a exploração de áreas da arena, camarotes, realização de shows, locação de cadeiras e até naming rights devem ser direcionadas aos cofres do Alviverde, algo que não tem acontecido.
A última vez que a WTorre fez o repasse desses valores foi em junho de 2015, há quase oito anos. Foram apenas sete meses em que o acordo foi cumprido: novembro e dezembro de 2014, e entre janeiro e junho de 2015, com exceção do mês de maio. De lá para cá, o Palmeiras nunca mais viu os valores. O clube alega que, em relatórios periódicos, a construtora reconhece que os valores deveriam ser direcionados ao Verdão. Em 2017, quando o Alviverde entrou na Justiça, o valor era de R$ 15 milhões.
O acordo entre as partes é válido por 30 anos, ou seja, termina em novembro de 2044, quando o Palmeiras terá 100% das receitas do estádio. Além dessa discussão de dívida, Verdão e WTorre brigam por conta da implementação do sistema de reconhecimento facial no Allianz Parque.