Abel Ferreira não sabe se fica. Uma hora após conquistar sua segunda Copa Libertadores pelo Palmeiras, num intervalo de apenas dez meses, o treinador novamente externou que está em seu limite de desgaste.
Citou não só a saudade da família, que segue em Portugal, mas também a cobrança insana que orbita o calendário maluco (e tradicional) do futebol brasileiro. Independentemente de sua decisão, não é exagero colocá-lo como maior treinador da história do clube.
Luxemburgo e Felipão têm suas trajetórias cravadas no Verdão, mas Abel foi além: em tempo mínimo, uniu uma nova mentalidade a resultados expressivos, com três títulos e mais outras três finais disputadas em pouco mais de um ano no comando.
As falas dos jogadores evidenciam ainda mais o tamanho da sua importância: líderes do elenco, como Weverton e Felipe Melo, explicaram como o treinador bolou o seu plano para derrotar o Flamengo em Montevidéu, pediu o sacrifício de alguns jogadores para exercerem modificações de posicionamento e ratificou a confiança absoluta no grupo antes da decisão.
O que se viu em campo provou que Abel Ferreira tinha o time na mão, como uma orquestra ensaiada à exaustão, enquanto Renato Portaluppi tinha os mais talentosos músicos, mas que se perderam em improvisações na falta de um norte.
O torcedor do Palmeiras agora fica em compasso de espera pelo "fico" de Abel. Uma eventual partida, porém, mantém imaculada a grandeza dos seus feitos por aqui.
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