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Luiz Gomes: ‘Na Libertadores faltou torcedor, na live faltou bom senso’

Jogos sem públicos são como o delivery do restaurante, o drive thru dos shoppings ou as lives de artistas na Internet. Forma de minimizar ao mesmo tempo os riscos e os prejuízos<br>

Palmeiras campeão
imagem cameraO Palmeiras derrotou o Santos no Maracanã e levantou a taça da Libertadores 2020 (Foto: Nayra Halm/Lancepress!)
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 30/01/2021
19:37
Atualizado em 31/01/2021
08:00

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O jogo nem foi tão bom assim, que se reconheça. Mas o final foi digno de uma Libertadores. Uma final que poderia ter sido ainda melhor, com o Maracanã lotado, dividido ao meio em verde e branco de um lado e preto e branco de outro. Faltou a massa para comemorar a vitória e o bicampeonato do Palmeiras.

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Mas, vamos combinar, é o que a gente tinha para dias como esses, né, não? E olha que mesmo com 2.500 privilegiados convidados na arquibancada ainda houve abusos com gente sem máscara e sem distanciamento social. Não precisava!

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A pandemia institucionalizou o futebol como uma atividade essencial. Países da Europa que reestabeleceram o lockdown como a Alemanha, a Espanha, Portugal e principalmente a Inglaterra, onde as restrições são as mais rigorosas, fecharam o comércio, os bares, os restaurantes mas as ligas de futebol continuaram a rolar a bola, cumprindo protocolos e enfrentando percalços como surtos de Covid aqui e ali, em um time ou em outro.

É longe, lá como cá, de uma situacao ideal. Isso é óbvio.

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Argumentos existem dos dois lados. O risco de infecção de jogadores e comissões técnicas é o mais citado por quem é contra o jogo. A necessidade de manter o negócio - sim, o futebol é um negócio que gera milhares de empregos e sustenta boa parte do PIB mundial - sem perder as verbas de direitos de TV e de patrocínios é a lógica de quem está do outro lado.


Jogos sem públicos são como o delivery do restaurante, o drive thru dos shoppings centers ou as lives de artistas na Internet. Uma forma de minimizar ao mesmo tempo os riscos e os prejuízos. A lógica é exatamente a mesma.

O que ninguém discute, em nenhuma parte do mundo civilizado da bola, é a impossibilidade de que, em um cenário global como o que vivemos, haja mínimas condições de segurança para levar o público de volta aos estádios. É preciso antes controlar a transmissão e multiplicar a vacinação.

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Maracanã Libertadores
Maracanã, horas antes da final da Libertadores entre Palmeiras x Santos (Divulgação Twitter)

Ops! Quase ninguém discute isso!

Tem um certo presidente de um país que uma vez já se disse o país do futebol que insiste em achar que tudo é normal. Negacionista como sempre vai para as redes socias (sempre elas), faz live e prega a volta do torcedor. "Temos que voltar a viver, pessoal. Sorrir, fazer piada, brincar. Voltar nos estádios de futebol", afirma ele.

Que país é esse? É o lugar em que a gente vive, que virou chacota no mundo às custas de mais de 220 mil mortos e 9 milhões de infectados. Palmeirenses, santistas, corintianos, são-paulinos rubro-negros, vascainos, tricolores, colorados cruzeirenses, atleticanos etc etc etc. Uma gente que, campeão ou não, não tem motivo para fazer piada.

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