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Mistério de Luxa no clássico, Willian busca artilharia em uma nova função

Atacante pode perder a vaga para o recém-contratado Rony neste sábado, contra o Santos, mas é artilheiro do Paulista e fala com exclusividade ao L! de seu momento no Palmeiras

Willian Luxemburgo Palmeiras
imagem cameraWillian se diz mais feliz com nova função dada por Luxemburgo e pode seguir titular (Agência Palmeiras/Divulgação)
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Lance!
São Paulo (SP)
Dia 28/02/2020
16:49
Atualizado em 29/02/2020
08:00

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Neste sábado, às 16h, contra o Santos, no Pacaembu, o Palmeiras pode contar com o recém-contratado Rony estreando como titular. A vaga, porém, ainda tem chances de continuar com Willian, inegavelmente um dos destaques do time em 2020. E o atacante vibra com seu momento de artilheiro não só da equipe, na temporada, mas também do Campeonato Paulista.

Em entrevista exclusiva concedida ao LANCE! logo depois do treino de sexta-feira, o camisa 29 falou sobre como é ser o mistério preparado pelo técnico Vanderlei Luxemburgo no clássico com torcida única adversária. E ressaltou como tem gostado de atuar com mais liberdade e proximidade do gol, balançando as redes seis vezes, sendo cinco só em partidas oficiais no Estadual.

Dono de atuações elogiadas, Willian treinou a semana inteira entre os titulares. Os jornalistas não assistiram apenas à última atividade tática, na quinta-feira, e, na sexta-feira, Rony trabalhou na posição do camisa 29, mas o trabalho foi apenas de bola aérea defensiva. Willian tem chances de começar jogando.

Confira abaixo a íntegra do bate-papo com o atacante Willian:

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Como é a semana de preparação para um clássico com o Luxemburgo?
Não interfere nada em seriedade, primeiramente, profissionalismo e dedicação. Precisamos estar sempre nos empenhando da mesma forma. Mas, claro, tratando-se de um clássico, é um jogo diferente, contra uma equipe com jogadores de muita qualidade, o que exige toda a nossa atenção. Estudamos bem a equipe deles. Agora, com tudo que treinamos e vimos do jogo do Santos, é criar uma estratégia e colocar em prática, para fazer um grande jogo e vencer.

O último treino tático, na quinta-feira, foi totalmente fechado, e, na sexta-feira, já teve mudança no time, com Rony no seu lugar. Esses testes e surpresas fazem parte de um jogo como esse?
Todo técnico tem uma forma de lidar com isso e executa, realmente, para não deixar sempre exposto o que vamos fazer no jogo. Faz parte, sim. Sabemos que, alguma vezes, isso até muda alguma coisa das outras equipes e tem interferência nos jogos.

Como é ser o mistério da vez? A dúvida é se joga você ou o Rony...
Estou tranquilo. Sei da minha importância, como sempre falei. É claro que todo jogador quer estar dentro do campo, jogando, mas o que sempre respeitei foi isso (opção do técnico). Dentro de mim, tenho essa briga muito grande, para estar sempre entre os 11, mas o professor tem muitas opções no elenco, de muita qualidade. Preciso continuar sempre trabalhando e, internamente, estar muito bem para, quando for solicitado, dar o melhor resultado.

Você começou o ano na reserva, virou titular e, agora, corre risco de ir para o banco de novo. Mas tem dado resposta quando entra, tanto que é o artilheiro do time no ano, com seis gols, do Paulista, e recebe elogios pelas atuações.
Fico feliz pelo momento muito legal que vivo dentro do clube. Busco isso e venho mantendo a regularidade, que é o mais difícil, principalmente no Brasil, pela sequência de jogos e exigência que se tem. Não somente em ficar preocupado em fazer gol todo jogo, uma coisa natural que vai acontecendo, mas em fazer bons jogos, manter a regularidade. É um objetivo muito grande que tenho dentro de mim e, automaticamente, vai me dando toda confiança, segurança ao treinador e apoio dos meus companheiros e da torcida. Fico muito feliz. Que eu mantenha esse bom futebol e empenho e, claro, lá na frente, quando tiver oportunidade, sempre fazer gols, até porque sou o artilheiro da competição com Boselli (Corinthians), Camilo (Mirassol) e Ronaldo (Santo André). Fico feliz e muito grato, isso dá confiança. Que eu dê continuidade não somente nos gols, mas fazendo bons jogos e sendo importante de outras formas também.

O Luxemburgo mudou Felipe Melo e Zé Rafael de posição e também te fez jogar mais na frente, sem ser mais um ponta que sempre voltava para marcar lateral. Como te ajuda jogar com mais liberdade e perto do Luiz Adriano?
Mudou meu posicionamento, e me agradou muito. Tenho como característica sempre ajudar e nunca deixarei de fazer isso. É claro que, agora, com um pouquinho mais de estratégia, até porque o Luxemburgo enxergou esse potencial que tenho próximo do gol e do Luiz. Outro companheiro pode compensar na marcação. Mas isso não quer dizer que vou deixar de correr e ficar só esperando a bola no pé. No futebol, não tem mais espaço para isso, todos precisam estar comprometidos. São percepções que temos em campo, claro que com orientação do treinador, na estratégia que ele cria. Mas tenho me sentido superbem. Isso me deixa próximo do gol e do que preciso fazer diferença como atacante, com jogada individual, um-dois, finalização, mais oportunidades para criar perigo para a defesa adversária. Estou muito feliz. Que eu aproveite essa forma de jogar, está dando bons frutos.

Você já disse que se cobra a finalizar mais neste ano, mas, contra o Guarani, mesmo sem finalizar tanto, foi fundamental, inclusive com a assistência para o gol de Dudu. Como você se cobra neste sentido?
É uma coisa que, às vezes, não me conformo (risos). Claro que tem jogo atípico, e já aconteceu mais de uma vez de jogar na frente, como ponta, e não dar um chute a gol no jogo todo. Tem jogos que exigem isso. Daqui a pouco, sirvo em uma oportunidade que era melhor mesmo tocar do que chutar de qualquer forma. Tenho muito isso também: prefiro tocar para um companheiro do que chutar todo errado.

No gol do Dudu, contra o Guarani, aconteceu exatamente isso.
É. Claro que eu estava mais inteiro, mas a bola poderia ter batido no zagueiro. Fico sempre atento para servir um companheiro melhor colocado para finalizar e até fazer o gol, como foi com o Dudu. Mas me cobro muito, sim. Não tenha dúvida. Tem essa cobrança do meu pai, sempre ligo para ele depois do jogo e ele fala: 'Meu filho, como você não deu um chute no gol hoje?!' E todos enxergam isso (risos). Mas ninguém analisa quantas vezes voltei, que tem jogos que exigem mais isso. Compenso de outra forma. No futebol, não tem mais espaço para ficar parado, só querendo pegar a bola para ir para cima ou chutar a gol. Exige-se de todos essa marcação e obediência tática. Eu me comprometo muito nisso também, e fico feliz por colaborar com uma assistência, sendo importante para o treinador taticamente. Sei que os gols vão acontecer, como estão acontecendo: seis gols no ano e uma assistência. Ainda tem muita coisa boa para acontecer. Mas, claro, continuar sempre trabalhando e aprimorando a finalização nos treinos porque, quando, tiver oportunidade no jogo, estar bem treinado e executando o que repito no dia a dia.

Nessas cobranças, seu pai não falava que você corria demais e se desgastava no campo?
(Risos) Conversamos bastante. Ele não é de cornetar muito, mas uma coisa que sempre cobra é com relação a isso. Explico que, naquele lance, precisei voltar, ajudar, que é uma coisa que o treinador pede... Agora, as coisas estão fluindo mais, estou mais próximo do gol, finalizando bem, os gols estão acontecendo. Ele está mais feliz também.

E é uma vantagem, em 2020, fazer a pré-temporada inteira, bem diferente de quando voltou em 2019, de lesão...
Pela forma que terminei 2018, a expectativa de todos era eu voltar até melhor do que terminei. Mas, se for ver pela mecânica e tudo que envolve o corpo, ficar sete meses parado, com joelho até mais forte, porém com toda a parte da musculatura... Eu não queria nem aceitar esse processo, queria voltar como terminei ou até melhor. Graças a Deus, com relação à lesão, nunca tive problema nenhum. Mas teve processo de fortalecer mais, em um jogo ou outro ter algum incômodo e se preservar para não ter uma lesão pior no músculo. Tinha todo esse trabalho e essa segurança do departamento médico e da fisiologia, sempre conversamos para não ter lesão muscular e ficar parado mais algum tempo. Comecei a entender que isso fazia parte.

Você voltou em meio à má fase no Brasileiro e com jogos decisivos em Copa do Brasil e Libertadores, no momento mais complicado da temporada.
Claro que tiveram essas eliminações assim que voltei, na Copa do Brasil e na Libertadores, e tivemos uma decadência muito grande no Brasileiro. Não foi um segundo semestre da forma que planejamos, e não consegui terminar o ano da forma que queria, jogando e com o time campeão. Porém, me apresentei com o grupo de forma mais saudável, podendo fazer toda a pré-temporada. Agora, me sinto superbem e totalmente à disposição.

O Gabriel Menino falou que você lhe dá conselhos. Com essas entradas e saídas do time, você "se aconselha" também para manter foco e motivação?
Não tenha dúvida. Levo isso para a vida em todas as áreas: não adianta querer pregar algo que não vivo. Falar é fácil, executar é outra questão. O que me posiciono, quando abro a boca para dar conselho aos mais jovens ou a um companheiro que saiu do time e está chateado, eu já passei. Não tem como isso passar sem trabalhar. Tem de se posicionar como homem, sem conversinha de canto, não sendo uma laranja podre para não prejudicar o ambiente. Se não gostou, fala com o treinador, o diretor, com quem precisa ser resolvido. Mas toda maturidade que vamos criando, a experiência adquirida, compartilho com outros. De alguma forma, acrescento algo positivo. Já passei e sei o que é certo e errado, e transmito aos mais jovens.

Você trabalhou com o Luxemburgo em 2015, no Cruzeiro. O que mudou?
Ele brinca às vezes: 'É, Bigode, agora estou mais calmo' (risos). Com a idade que tem, a experiência vivida, ele tem dito que, aqui, está aprendendo a lidar com muitas coisas. Traz amadurecimento para ele e nós. Sabemos da história dele, dos títulos, dos grupos que trabalhou, grandes jogadores no Real Madrid, com um histórico muito legal no futebol. Ele chegou ao Palmeiras sendo um cara mais tranquilo, realmente. Dentro de campo, às vezes, o próprio cara não enxerga a força que tem, e ele consegue tirar, do jeito dele, cobrando firme, mas, depois do treino, conversando, de maneira tranquila. É um cara bem manso, com maturidade e calma para conversar. O ambiente aqui é muito leve, legal mesmo. Isso faz uma diferença grande para um grupo que quer alcançar seus objetivos e ser campeão.

O Luxemburgo já disse que tem uma aposta para o Dudu terminar a primeira fase do Paulista com cinco gols. Ele te cobra para ser artilheiro?
Sobre isso, ele não brincou nem comentou nada. Mas sei a responsabilidade e a cobrança que todos têm. Ele exige isso nos treinamentos, sempre cobra para fazermos gols. O Dudu é um jogador mais aberto, de individual forte, que pode ter a preferência de pegar a bola e não entrar na área para fazer o gol com uma bola que sobrar, e é isso que ele tem cobrado do Dudu, até porque tem condições, já fez muitos gols aqui. Ele quer que o Dudu faça ainda mais gols para ser não só importante no Palmeiras, mas até para a Seleção Brasileira.

Mas a artilharia do Campeonato Paulista é um objetivo seu?
Sim, estou na briga. Isso não vai me deixar mais individualista, com alguma ganância. Mas preciso estar atento dentro de campo, quando tiver oportunidade, e estar concentrado para aproveitar e fazer os gols. Independentemente de quem marcar, o importante é vencer. Sempre enfatizo o coletivo. Mas, se tiver chance de fazer gols e alcançar a artilharia, ficarei feliz. É algo que tenho como meta também.

Esse estilo de jogo mais ofensivo do Luxemburgo é melhor?
O Luxemburgo tem cobrado muito do elenco e de nós, internamente, até pela qualidade que temos. O futebol é coletivo, compacto, não adianta a gente lá na frente pegar e querer atacar o tempo inteiro, sendo que temos de defender também. Vai muito da percepção em campo, e quem joga somos nós. Respeitando todos os treinadores, cada um tem sua forma de pensar e montar a equipe, mas o Luxemburgo quer atacar, e temos a preocupação de defender de forma organizada. O time precisa ser compacto, mas, até pela qualidade que tem, precisamos jogar mais, até mais do que estamos jogando, porque temos condições, e isso demonstra um time mais ofensivo, que quer melhorar ainda mais. Compacto e organizado, para não corrermos riscos lá atrás.

Com seis gols, você é o segundo artilheiro do elenco atual em clássicos, atrás só dos dez do Dudu. Como enxerga o jogo deste sábado?
Um jogo difícil. O Santos tem jogadores decisivos, então temos de estar ligados. É um jogo à parte, trata-se de um clássico, mando do Santos, com o Pacaembu cheio para apoiar a equipe deles. Precisamos estar atentos do que analisamos do time deles, sabendo que vai ser um jogo difícil, mas de importância para fazermos um resultado positivo e encostar no Santo André, que tem feito uma excelente campanha.

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