Além das nove mudanças na escalação, o Palmeiras mostrou diferentes estilos entre o jogo contra o Bahia e América-MG. O primeiro, com o comando de Luiz Felipe Scolari à distância, e o segundo com ele já no banco de reservas, quando o Verdão teve uma atuação melhor, mas caiu demais de rendimento.
Na Fonte Nova, foram apenas 46% de posse de bola, apenas 191 passes certos e um jogo muito baseado na ligação direta e jogadas aéreas. No estádio Independência, o Verdão saiu com mais posse (55%), mais passes certos (446) e a tentativa de trabalhar mais a bola.
Foi assim que a equipe controlou o primeiro tempo, em que poderia ter saído na frente, não fosse mais um pênalti desperdiçado, este por Jean, e jogadas em que em vez os palmeirenses acabaram dando um toque a mais, em vez de finalizar. Lucas Lima, o melhor do Palmeiras, teve uma oportunidade assim, no rebote de João Ricardo, que perdeu a chance de bater de primeira.
Com Borja no lugar de Deyverson, Scolari fez uma equipe de estilo mais parecido com o que implantou no Guangzhou Evergrande (CHN), tendo um centroavante que sai da área para abrir espaço. Este foi um pedido recorrente do treinador ao colombiano, para dar chance de Lucas Lima, Hyoran, Moisés ou Jean entrarem na área. O problema é que, exceto pelo camisa 20, os outros três não foram bem em BH.
E a proposta que funcionou nos primeiros 45 minutos não conseguiu ser repetida depois do intervalo. O time já não marcava no campo de ataque com a mesma intensidade e passou a correr mais riscos. Os minutos finais foram emocionantes, com perigo dos dois lados, mas mais desorganizado.
Com a derrota do Flamengo, no sábado, era uma boa chance para o Palmeiras se reaproximar da briga pela liderança, só que a ponta segue aos mesmos oito pontos de distância, depois da vitória do São Paulo.
Ainda que Felipão diga que pensa em brigar pelo título das três competições que disputará, em seu primeiro jogo já mostrou estar pensando bastante na Libertadores. Citou, inclusive, em dois momentos de sua entrevista pós-jogo que vê capacidade neste grupo para chegar à decisão da Copa.
Na quinta, ele terá contra o Cerro a primeira chance de demonstrar isso e convencer o torcedor, que ainda se vê reticente pelo rotineiro problema de diferente rendimento dentro da mesma partida. A eles, Felipão promete uma equipe organizada e aguerrida. É aguardar.