O Palmeiras encarou o clássico com o Corinthians, neste domingo, da mesma maneira que encarou todas as outras partidas do Campeonato Brasileiro desde a chegada de Luiz Felipe Scolari: não alterou o planejamento de poupar jogadores por estar diante de seu maior rival, não criou um clima de guerra desnecessário (exceto pela pilha excessiva de Deyverson, que tem aparecido contra qualquer equipe) e não mudou o jeito de jogar. Em resumo, não se curvou ao adversário e conseguiu uma vitória que aumenta a confiança e espanta mais um fantasma.
O Palmeiras não vencia um Dérbi no Allianz Parque desde o primeiro turno do Brasileirão de 2016, com Cuca. Depois disso, foi derrotado em casa pelo rival alvinegro no Brasileirão do ano passado, novamente com Cuca, e na final do Paulistão desde ano, com Roger Machado, quando não soube lidar com um cenário amplamente favorável após a vitória em Itaquera, na ida. Aquela vitória, aliás, foi a única do Palmeiras nos sete Dérbis que antecederam o encontro deste domingo. Estava 6 a 1 para o Corinthians.
Vale ressaltar que o Palmeiras encontrou neste domingo aquele que talvez seja o pior Corinthians dos últimos anos, mas o jogo poderia se complicar se a postura da equipe não tivesse sido tão boa. Firme o tempo todo, algo simbolizado pela boa dupla de zaga formada por Luan e Gustavo Gómez, mas fugindo das confusões que só beneficiam a equipe de menor qualidade (de novo, exceto por Deyverson).
Um outro símbolo desta postura foi Felipe Melo. O camisa 30 reclamou muito com o árbitro, mas só se envolveu nos bate-bocas para afastar os companheiros. Aliás, ele não tomou mais nenhum cartão depois de ser expulso contra o Cerro Porteño - já são três jogos - e tem acumulado boas atuações.
Embora não tenha exigido muitas defesas de Cássio, o Verdão tomou a iniciativa de buscar o gol a todo tempo e merecia até ter vencido por uma diferença maior - Dudu acertou o travessão após uma bela jogada individual. A equipe de Felipão já tem o padrão de ser sólida defensivamente e de, mais cedo ou mais tarde, resolver a partida com a qualidade de seus homens de frente, sejam os titulares ou os considerados reservas.
O técnico admitiu que fez pelo menos duas mudanças de acordo com o rival, mas não pelo fato de ser o Corinthians, mas por ter mudado de treinador há poucos dias.
- Sim (a chegada de Jair mudou o planejamento). Quando vi que o tempo do Jair era muito curto. Ia jogar com o Artur pela direita, mas pensei no Dudu. Pensamos em segurar mais o Mayke e deixar o Marcos jogar. Fizemos uma ou outra troca imaginando que o Jair não teria possibilidade de mudança tão repentina. Acho que surtiu efeito - disse.
Cada um dos próximos três compromissos do Verdão será por uma competição diferente: Cruzeiro, quarta-feira, dando início à semifinal da Copa do Brasil; Bahia, domingo, pelo Brasileirão; e Colo-Colo, na quinta-feira seguinte, abrindo as quartas da Libertadores. Destas, apenas a partida contra o Cruzeiro será em casa.