A boa atuação de Moisés, com direito a um gol no tempo normal e outro na disputa de pênaltis, foi um dos únicos pontos positivos do jogo contra o Barcelona de Guayaquil (ECU), que eliminou o Palmeiras da Libertadores. Não à toa, o escolhido para dar entrevista coletiva nesta quinta-feira foi o camisa 10, que aproveitou a oportunidade para defender Egídio da ira da torcida. O lateral-esquerdo, sempre perseguido, errou o pênalti que encerrou a disputa e foi imediatamente ofendido pela arquibancada.
- Dentro de campo eu já pedi para a torcida parar de se manifestar contra o Egídio. O Egídio fez um grande jogo, entendo que um dos melhores dele pelo Palmeiras. Ele não estava nem entre os cinco que bateriam pênaltis, a ideia era fechar comigo, no quinto. Passou disso e o Egídio foi homem pra caramba, teve personalidade. Infelizmente o goleiro foi feliz e pegou, mas não tem culpado aqui. Não tem o Moisés herói e não tem o Egídio vilão, estão todos no mesmo barco - disse o Profeta.
- Eu quero parabenizar a torcida pelo que fez ontem, jogou com a gente os 90 minutos, uma festa impressionante. A cobrança no fim a gente entende perfeitamente, mas pedimos que não individualizem. O Egídio nos ajudou bastante. E não defendo só ele, mas também o Bruno (Henrique, que também errou sua cobrança) e todos os outros. Agora não é momento de caçar um ou outro, tem que mostrar que é diferente. E não tenho dúvida de que o torcedor palmeirense é diferente. Gostar ou não do Egídio ou de outro é normal, mas que apoie ou pelo menos não vaie quando ele estiver dentro de campo. Se tiver que cobrar, que seja após o jogo, porque eles pagam ingresso e têm direito, mas que durante a partida eles possam nos incentivar, como têm feito em todos os jogos - acrescentou.
Logo depois da partida, Cuca defendeu Egídio dizendo que outros jogadores não estavam confiantes para bater pênalti. Imagens de TV mostram que o zagueiro Luan e o atacante Deyverson deram respostas negativas quando foram abordados pelo treinador antes do início das cobranças. Deyverson chegou a apontar para as coxas, provavelmente dizendo que sentia dores musculares no momento. Moisés também o defendeu:
- Eu até vi as imagens e não sei se ele (Deyverson) se negou a bater. O Cuca perguntou como ele estava e ele falou. Eu prefiro que o jogador seja honesto e fale o que realmente sente. Ele foi homem pra caramba. É melhor falar que não está confortável do que ir com medo e não fazer o melhor. Ontem nossos quatro batedores não estavam, Jean, Dudu, Guedes e Borja. Foram duas substituições por lesão, então o Cuca não teve a possibilidade de colocar o Jean ou o Borja, que bateriam. Quem bateu fez o seu melhor, mas dessa vez o melhor não foi suficiente - completou.
O próprio Moisés, por outro lado, está sendo exaltado pelos torcedores porque se dispôs a cobrar mesmo sentindo dores no joelho esquerdo - o mesmo que ele operou há menos de seis meses -, causadas por uma pancada sofrida durante o jogo.
- Na terça-feira todos os jogadores treinaram, e a gente teve a felicidade de, em 18 cobranças, 16 fazerem. Só dois acabaram errando. Todos estavam treinados. Na hora que acabou o jogo, estávamos sem os nossos quatro batedores. O Cuca foi procurando informações, vendo quem estava apto. Eu não bateria a princípio, por causa do joelho, mas falei "deixa que eu bato". Até por ser o quinto, tem que bater quem está com confiança. Naquele momento eu estava com moral com a torcida, tinha feito o gol, e achei que era momento de chamar responsabilidade e contribuir - completou.
O Palmeiras agora junta os cacos e busca se recuperar no Brasileirão. Domingo, às 16h, enfrenta o Vasco em Volta Redonda. A distância para o líder Corinthians é de 15 pontos.