O último ato de Paulo Nobre como presidente do Palmeiras, conforme noticiou o "Blog do PVC", foi publicar uma resolução informando que Leila Pereira, dona das patrocinadoras Crefisa e Faculdade das Américas, não pode concorrer a uma vaga no Conselho Deliberativo do clube em fevereiro por ter menos de oito anos como sócia. A empresária, que está fazendo campanha há alguns meses para ser eleita em fevereiro, disse ao LANCE! que não há nenhuma irregularidade e criticou o agora ex-mandatário, com quem não se dá bem há tempos.
- Eu sou sócia do Palmeiras desde 1996, o Paulo Nobre está cansado de saber disso, nunca questionou nada. Acho muito estranho ele alegar isso no último dia do mandato. Por que não fez isso há dois anos, quando começamos a patrocinar o Palmeiras? Por que não fez há seis meses, quando me lancei candidata ao Conselho? Eu não recebi nenhuma comunicação do Palmeiras sobre qualquer irregularidade. Se isso for verdade, acho que ele pretende criar um atrito entre a patrocinadora e o atual presidente, com quem nos damos muito bem, para inviabilizar o mandato do Maurício Galiotte e sair como todo poderoso - respondeu Leila.
Quem atesta que Leila Pereira é sócia desde os anos 90 e, portanto, tem condições de se candidatar a uma vaga no Conselho Deliberativo é Mustafá Contursi, presidente do clube naquela época e figura muito influente na política alviverde até hoje. Se a candidatura se confirmar, a expectativa é de que ela seja eleita. Caso isso aconteça e o novo estatuto, que deve ser votado em 2017, seja aprovado, Leila precisaria de apenas quatro anos (um mandato como conselheira) para estar apta a se candidatar à presidência.
De acordo com Leila Pereira, a atitude de Paulo Nobre é uma forma de tentar difamá-la.
- Ele está me difamando, dizendo que cometi uma irregularidade. Isso não é verdade e não posso ficar com a minha imagem prejudicada. Se ele insistir em difamar a minha pessoa, vou processá-lo como pessoa física. O que o Paulo Nobre fez pelo Palmeiras nos dois primeiros anos de mandato, antes de patrocinarmos o clube? Quase levou o clube para a Segunda Divisão. Está tudo regular. Não é porque um ex-presidente soltou uma bomba dessas na calada da noite que isso vai virar verdade - disse Leila.
Até esse episódio, Leila Pereira vinha dando como certa a renovação do contrato de patrocínio com o Palmeiras, que vence no fim de janeiro e atualmente prevê o pagamento de R$ 78 milhões por ano, incluindo os custos mensais com Lucas Barrios. A Crefisa também tem a ideia de contratar ao menos um reforço de peso para a Libertadores, sendo que Pratto é o preferido. Ela diz esperar que a situação seja resolvida para continuar.
- Eu preciso resolver essa pendência, saber a posição do Palmeiras, mas tenho toda boa vontade. Quero continuar como patrocinadora do Palmeiras e quero ser conselheira do clube. Nosso contrato só termina no fim de janeiro e tenho mais 30 dias para renovar depois disso, então pode ser até o fim de fevereiro. Eu tenho toda a intenção de continuar lá. Se o Palmeiras não me quiser, o que posso fazer? Mas tenho certeza que isso vai ser resolvido, minha intenção é continuar, não existe irregularidade.