OPINIÃO: Palmeiras opta pelo planejamento e evita contratar para gerar ‘mídia’
Política de reforços é algo conversado entre dirigentes e comissão técnica, o que mostra um amadurecimento de um clube que não precisa fazer "loucuras" para aparecer
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A época das contratações é uma das mais aguardadas pelos torcedores, mas para quem torce pelo Palmeiras esta janela tem sido um grande marasmo. Sem reforços até aqui, o clube tem apostado nos jovens da base que estão subindo para o profissional. Apesar das reclamações de parte da torcida alviverde e das críticas de parte da imprensa, o Verdão mostra convicção em seu projeto de olhar para o futuro e não buscar resultados midiáticos a qualquer custo como outros times fazem.
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Primeiramente, é preciso entender que a vida real não é videogame, então aquele torcedor que pensa que basta apertar dois botões para fechar uma contratação, necessita de um banho urgente de realidade. Assim como aquele que acha que os R$ 400 milhões da venda de Endrick permitem que o clube faça compras galácticas de forma imediata via PIX. Acordem, esqueçam o Fifa/PES.
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Outra questão lamentável desses pensamentos é descartar dessa equação a participação da comissão técnica de Abel Ferreira. Alguém acredita que o treinador português está fora dessas decisões? Não, não está. E ele deixou isso claro em diversas coletivas em 2022: o clube não faria várias contratações. Talvez nem contratasse. O foco seria investir nos talentos da base.
Embora seja possível reconhecer que o elenco carece de peças de reposição para determinadas posições, principalmente para suprir a saída de Gustavo Scarpa, não dá para considerar que a condição atual é de terra arrasada. O time segue fortíssimo e comandado por aquele que é o melhor treinador do futebol brasileiro nas últimas duas ou três temporadas. Será que não vale apostar?
Além disso, é preciso entender que chegar até aqui é um projeto do clube, muito antes de Leila Pereira entrar como patrocinadora e na vida política palmeirense. Paulo Nobre, lá atrás, por volta de 2013, já queria estruturar a base de modo a transformá-la na principal fonte de "reforços" para a equipe profissional. Depois de dez anos, parece que o Verdão chegou nesse patamar desejado.
Os títulos vieram, o dinheiro com premiações vem aumentando ano após ano, a base do time principal está montada há algumas temporadas e a comissão técnica é de altíssima qualidade. Cenário perfeito para que a excelência da base do Palmeiras possa ser utilizada da forma que Paulo Nobre planejou. São taças conquistadas, atletas formados aos montes, vendas concretizadas e um nível de peças oferecidas que permite ao clube optar por promover um Jhon Jhon do que pagar no mercado por alguém menos qualificado, mas que tem um nome "maior" do que o garoto.
Atualmente, o Palmeiras tem dois motivos para despejar sua fortuna em contratações: uma oportunidade de mercado por um jogador incontestável que chegue para jogar, ou reforçar o elenco para fins midiáticos, fazendo um uma loucura ou outra para fazer média com a torcida. Por tudo o que tem acontecido nos últimos anos, fica bastante claro que o Verdão não precisa repetir a fórmula de certos rivais. A opção é contratar se realmente valer a pena, caso contrário vai de base.
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Enquanto se blinda contra essas reclamações e críticas em relação aos reforços que não chegaram, o Palmeiras segue sua pré-temporada de olho na estreia pelo Paulistão 2023. A primeira partida será no dia 14 de janeiro, às 20h30, no Allianz Parque, diante do São Bento. Nos próximos dias, na Academia de Futebol. o clube terá alguns jogos-treino para se preparar para o início dos torneios.
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