Desde que foi inaugurado, o Allianz Parque tem sido um sucesso de público e renda. Mas no primeiro jogo em casa do ano, o Palmeiras não pôde usar sua arena, em fase final de uma reforma no gramado – por isso, recebeu o São Bento no Pacaembu. Além do decepcionante 2 a 2, o clube sentiu nos cofres a desvantagem de sair de casa: a renda líquida foi equivalente a 27% do arrecadado no seu jogo com pior público no Estadual de 2015.
Os 18.986 pagantes na semana passada geraram uma renda bruta de R$ 496.340,00. Com os descontos, o clube embolsou R$ 159.841,91. No último Paulistão, o pior público no Allianz (17.528 na vitória por 3 a 0 sobre o Rio Claro) deu ao Verdão R$ 576.953,27, limpos. Em média, durante a campanha do vice-campeonato Estadual, o Palmeiras obteve R$ 1,3 milhão de renda líquida por partida, contando os jogos no mata-mata.
Mesmo em jogos em que a renda foi dividida – contra o Osasco Audax, que jogou na arena como mandante, e Botafogo-SP, na semifinal – o Palmeiras ganhou mais do que no duelo de quinta: R$ 479.420,67 e R$ 711.701,10, respectivamente.
Para amenizar a desvantagem, por contrato, sempre que o Verdão é impedido de atuar no Allianz Parque, a WTorre, construtora da arena, deve pagar uma multa equivalente a 50% da renda bruta no jogo em questão. No caso do duelo com o São Bento, cerca de R$ 250 mil. O problema é que esta verba já não tem entrado nos cofres palmeirenses.
A empresa cobra valores para manutenção do Allianz contestados pelo clube. Diante disso, a WTorre não faz mais repasses de receitas (porcentagem de naming rights, camarotes, aluguel de shows, etc.), nem pagou as multas pelos jogos feitos no Pacaembu em 2015, contra Grêmio e Sport. Pelas duas partidas, o Verdão teria de receber R$ 726 mil. Este é mais um capítulo discutido pelas partes na corte arbitral.
No sábado, o Palmeiras volta para sua casa, palco da conquista da Copa do Brasil em cima do Santos. Mesmo que diante do Linense, a expectativa é de que o público – e consequentemente a renda – sejam bem melhores do que o obtido no último confronto.
AS DISCUSSÕES ENTRE WTORRE x PALMEIRAS
Cobrança...
Segundo o contrato, o Palmeiras precisa reembolsar a WTorre dos custos e despesas em energia, segurança, água e seguros quando usar o estádio, com os gastos comprovados.
...Indevida?
No meio do ano passado, a construtora entregou a conta dos primeiros 26 jogos no Allianz, cobrando R$ 4 milhões. O Verdão discordou dos números por não ter recebido comprovantes dos gastos, além de questionar cobranças como gastos com a máquina de luz artificial do campo e pelo uso de internet nos dias dos jogos e com seguranças da construtora.
Repasses
A WTorre não tem feito o repasse dos ganhos percentuais do clube por eventos na arena, em uma dívida que já passou dos R$ 2 milhões, contando cotas e as multas dos dois jogos. O argumento é de que o Verdão vinha deixando de pagar o que devia, daí a retaliação.
Resolve?
As partes tentaram conversar sobre as divergências, mas as reuniões pararam e as trocas de notificações não resolveu. O tema foi para a arbitragem.