O Palmeiras precisará quebrar um tabu incômodo para avançar à final da Copa Libertadores: eliminar pela primeira vez o Boca Juniors em mata-matas da competição continental.
+ Palmeiras tem elenco duas vezes mais caro que o do Boca Juniors; veja comparação
As equipes se enfrentaram em dez ocasiões pelo torneio, com duas vitórias para cada lado e seis empates. No entanto, nos confrontos decisivos, os Xeneizes levam a melhor - semifinais de 2001 e 2018, e na final de 2000.
EM BUSCA DO BICAMPEONATO - FINAL (2000)
Repetindo a temporada anterior (1999), o Palmeiras chegou à final da Libertadores de 2000. Após empate em 2 a 2 na partida de ida, na Bombonera, Palmeiras e Boca disputaram a decisão no Morumbi.
Marcado por muito equilíbrio, o jogo de volta também acabou empatado, dessa vez sem gols. Nos pênaltis, os argentinos levaram a melhor e venceram a disputa por 4 a 2. Asprilla (atacante) e Roque Júnior (zagueiro) desperdiçaram suas cobranças.
Em 14 partidas, o Alviverde totalizou sete vitórias, três empates e quatro derrotas, com 32 gols marcados e 23 sofridos. Argel (zagueiro), Júnior (lateral-esquerdo), Marcos (goleiro) e Rogério (lateral-direito) disputaram todos os jogos da campanha que resultou no vice-campeonato.
A CHANCE DA REDENÇÃO - SEMIFINAL (2001)
Em 2001, o Palmeiras voltou a encontrar o Boca, dessa vez nas semifinais da competição. A partida de ida, disputada em Buenos Aires, foi marcada por polêmicas envolvendo Ubaldo Aquino, árbitro do duelo. Aquino marcou um pênalti inexistente a favor dos argentinos e ainda expulsou o volante Fernando, que minutos antes sofreu um pênalti não marcado. Resultado final: 2 a 2.
Na partida de volta, em noite inspirada de Juan Riquelme, atual vice-presidente do clube, o Boca abriu dois gols de vantagem, mas viu o Palmeiras se recuperar no jogo, igualar o marcador e levar a disputa às penalidades. Porém, o clube brasileiro acabou sucumbindo novamente.
Em 12 partidas, o Verdão totalizou seis vitórias, cinco empates e apenas uma derrota, com 26 gols marcados e 15 sofridos. Fábio Júnior (5 gols) e Alex (4 gols) foram os artilheiros do clube no torneio.
CARRASCO BENEDETTO - SEMIFINAL (2018)
O duelo de ida, disputado na Argentina, foi bastante equilibrado até os 31 minutos da segunda etapa, quando entrou Darío Benedetto. O atacante, que não marcava há quase um ano, foi o responsável pelos dois gols do Boca no jogo.
No Allianz, o Palmeiras começou a partida pressionando o rival, mas quem abriu o placar foi o Boca, após Ábila aproveitar belo cruzamento de Avilla aos 17 minutos. Então, o Verdão precisou partir com tudo para o ataque e, mesmo de maneira desorganizada, conseguiu levar perigo a meta defendida por Rossi.
Com a missão de fazer quatro gols para chegar à decisão, o Alviverde partiu com tudo desde o primeiro minuto e viu Luan, aos sete, empatar o placar. Aos 14', Gustavo Goméz, de pênalti, virou o duelo e deu esperança à torcida palmeirense. No entanto, Benedetto, carrasco da equipe brasileira no confronto, novamente saiu do banco de reservas e balançou a rede para dar números finais ao duelo.
Em 12 jogos, o Palmeiras somou oito vitórias, dois empates e duas derrotas, com 22 marcados e oito gols sofridos. Nessa edição, Roger Machado comandou a equipe na fase de grupos, e Felipão, na fase eliminatória.
MOTIVOS PARA ACREDITAR
Força como visitante: no mata-mata atual, o Palmeiras ainda não levou gols e venceu as duas partidas que disputou fora de casa - 1 a 0 contra o Atlético-MG (oitavas) e 4 a 0 contra o Deportivo Perereia (quartas). Analisando um recorte maior, o Verdão perdeu apenas dois dos últimos 26 jogos fora do Allianz Parque (Athletico-PR em 2022 e Bolívar em 2023).
VERDÃO COPEIRO: Durante sua passagem à frente do Alviverde, Abel Ferreira tem apenas duas derrota em partidas eliminatórias (River Plate 2020 e Athletico-PR 2022). Nessas disputas, a equipe sofre em média um gol a cada dois jogos, e marca em média 1,75 gol. Desde 2018, o mínimo que o Palmeiras atingiu no maior torneio de clubes da América do Sul foi fase de quartas de final.
*Vitor Palhares colaborou sob a supervisão de Alexandre Guariglia