Por conta de dívida milionária, Palmeiras leva discussão com a WTorre para a polícia

Delegado abriu inquérito e vai apurar um possível caso de apropriação indébita de valores que o Verdão alegar ter direito a receber

imagem cameraPalmeiras e WTorre não entraram em acordo por conta de dívida e caso vai para a Polícia (Foto: Fabio Menotti/Palmeiras)
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Lance!
São Paulo (SP)
Dia 30/05/2023
19:48
Atualizado em 30/05/2023
22:40
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As divergências entre Palmeiras e WTorre ganharam um novo capítulo, que terá como palco o noticiário policial. Isso porque, de acordo com informações divulgadas pelo GE e posteriormente confirmadas pelo LANCE!, foi aberto um inquérito criminal, a pedido do clube, em busca de reaver quase R$ 128 milhões que a Real Arenas, braço da WTorre, não teria repassado ao Verdão por conta da exploração do Allianz Parque.

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Nesta terça-feira (30), o delegado titular do 23º Distrito Policial de São Paulo atendeu ao pedido do Palmeiras, abriu inquérito e vai apurar possíveis crimes de apropriação indébita e de associação criminosa. Ainda há a solicitação para o bloqueio de bens da empresa e de seus gestores, além da quebra de sigilo bancário da Real Arenas desde novembro de 2014.

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Vale lembrar que o Palmeiras já vinha cogitando a entrada na esfera criminal para ter direito ao valor da dívida, como informou primeiramente o GE e confirmou o LANCE!. Baseado em uma consulta a um advogado criminalista, o clube entende que se trata de uma apropriação indébita, pois a empresa fica com as receitas e não as repassa como prevê o acordo.

Segundo o contrato selado entre o Verdão e a WTorre, o clube tem direito a receber percentuais que crescem gradativamente ano a ano do acordo de exploração do estádio. Ou seja, parte das receitas referentes a exploração de áreas da arena, camarotes, realização de shows, locação de cadeiras e até naming rights devem ser direcionadas aos cofres do Alviverde, algo que não tem acontecido.

A última vez que a WTorre fez o repasse desses valores foi em junho de 2015, há quase oito anos. Foram apenas sete meses em que o acordo foi cumprido: novembro e dezembro de 2014, e entre janeiro e junho de 2015, com exceção do mês de maio. De lá para cá, o Palmeiras nunca mais viu os valores, mas a construtora reconhece que os valores deveriam ser direcionados ao clube em relatórios periódicos. Em 2017, quando o Verdão entrou na Justiça, o valor era de R$ 15 milhões.

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Em 2018, a ação foi extinta pela Justiça, com a justificativa de que o assunto deveria ser tratado com os outros que estavam em discussão na corte arbitral, esfera em que as partes vem buscando acordos por conta das divergências da parceria. Por lá, porém, os temas também não têm andado, paralisando outras questões que não ganham sequência devido a esses entraves judiciais.

O acordo entre as partes é válido por 30 anos, ou seja, termina em novembro de 2044, quando o Palmeiras terá 100% das receitas do estádio. Além dessa discussão de dívida, Verdão e WTorre brigam por conta da implementação do sistema de reconhecimento facial no Allianz Parque.

Enquanto o Alviverde, que tem o controle da operação dos jogos, exige que 100% dos torcedores acessem as arquibancadas por meio de biometria, ou serão barrados, a empresa entende que não há tempo hábil (até 4 de junho) para adequar seus clientes do Passaporte (cerca de sete mil torcedores) a esse tipo de plataforma. A WTorre quer mais testes para viabilizar a migração dos dados dentro do regime das leis. Os dirigentes palmeirenses, porém, não abrem mão da decisão e indicaram uma possível solução para que nenhum torcedor seja prejudicado.

Diante da reportagem publicada na imprensa nesta terça-feira (30), a Real Arenas entrou em contato com o LANCE! para se posicionar sobre o assunto. No texto, a empresa critica Leila Pereira, acusa desrespeito por parte da mandatária e desconhece a entrada do clube na esfera criminal. Confira o comunicado:

"A Real Arenas não tem conhecimento formal sobre a informação veiculada na imprensa a respeito de abertura de Boletim de Ocorrência e repudia esse novo ataque unilateral da presidente Leila Pereira.  A dirigente tem desrespeitado de forma reiterada as decisões do Tribunal de Arbitragem, que tramita sob sigilo, e tenta atingir de forma injustificável a reputação da empresa parceira da SEP.  Esse novo e despropositado ataque não condiz com a gestão séria da Real Arenas, que investiu na construção do Allianz Parque, reconhecida como melhor arena da América Latina.

Vemos com perplexidade a mudança repentina de atitude, uma vez que tivemos nos últimos anos negociações pacíficas relacionadas aos créditos e débitos de parte a parte.

Também nos causa profunda estranheza que este novo factoide aconteça com a ordem de alguém que é cliente Real Arenas na locação de camarotes e dos serviços para operação deles de forma ininterrupta desde 2017, como gestora da Crefisa.

Lamentamos este novo capítulo de falta de respeito às autoridades arbitrais nas tratativas e manteremos nossa postura de tratar os trâmites legais nos fóruns adequados".

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