Jogador de linha com mais partidas pelo Palmeiras no século (268 jogos) e também maior artilheiro desde 2001 (63 gols), Dudu é há cinco anos um dos principais nomes no Palmeiras. O camisa 7 foi entrevistado nesta quarta-feira na Academia de Futebol e diz o que ainda falta conquistar para se considerar um ídolo do clube.
Bicampeão brasileiro e campeão da Copa do Brasil, o atacante ainda considera que precisa vencer a Libertadores - o Verdão começa a disputar as quartas de final contra o Grêmio, terça. Ele detém todos os recordes no Allianz Parque e agora está empatado com Ademir da Guia como artilheiro do clube em Brasileiros - são 36 gols para cada um.
- Acho que é o título máximo da América do Sul, a Libertadores, que todo torcedor sonha e quer, não só do Palmeiras. Se a gente ganhar, ficamos marcados para o resto da vida no clube. Sabemos como é difícil ganhar, tantos passaram aqui e só um elenco ganhou. Estamos batendo na trave, passamos perto em 2017 caímos nas oitavas, ano passado caímos na semi. Está na hora de chegarmos na final, de ganharmos. É muito difícil, temos equipes boas na disputa, mas estamos cada vez mais maduros para ganhar a competição, quem sabe neste ano - analisou.
Antes, na sexta, Tite divulgará a lista de convocados para os próximos dois amistosos da Seleção, contra Colômbia e Peru, e novamente o atacante cria a expectativa de ser lembrado. Mesmo sendo destaque do Palmeiras desde 2015, Dudu teve poucas oportunidades pela equipe nacional.
- A gente sabe que ele (Tite) tem os jogadores dele, mas todo jogador sonha em representar seu país. Eu sonho chegar na Seleção, jogar uma Copa do Mundo, mas estou focado no Palmeiras. Se vier a convocação, ficarei feliz, se não seguirei trabalhando como eu faço há cinco anos. Quem manda é o Tite, ele toma as decisões dele e a gente respeita - completou.
Veja outros destaques da entrevista de Dudu:
- Protestos da torcida e críticas contra ele:
Eu não fico magoado, como eu falei agorinha. A torcida cobra de quem sabe que tem condição de retribuir. Quando ganha, eu fico feliz, e quando perde eu tenho o mesmo sentimento deles. Eles sabem que eu batalho em campo, às vezes as coisas não acontecem como a gente quer. Tem de ter tranquilidade, sem se deixar abalar. Eles querem o bem do clube, a gente também. Eles podem sempre esperar que eu batalhe por esta camisa, desde o primeiro dia que coloquei ela até o último. Podem esperar muita vontade de ganhar, eles sabem como fico bravo quando perco. Eles estão no direito de protestar e reclamar, sem violência, que é o que esperamos deles.
- Reclamações do Grêmio sobre o adiamento do jogo contra o Fluminense:
Acho que nem devo falar nisso, mas não tem condições de o Fluminense jogar na quinta e sábado, nem nós no domingo e na terça. Se foi adiado, temos de acatar. O Grêmio reclama, porque também tem o direito, passamos por isso de vários jogos seguidos. Aí mostra o elenco. Temos elenco para disputar estas competições, e o Grêmio também. Isto fica com a diretoria, com a CBF para discutir.
- Momento do Palmeiras:
A gente sabe que todos os times passam por este momento no Brasileiro, de oscilar. Agora estamos vivendo. É trabalhar no dia a dia para voltar a vencer no Brasileiro, porque as equipes encostaram. A gordura que o Felipão tanto pediu no começo nós perdemos. É focar, continuar trabalhando para vencer o mais rápido possível e voltar ao normal as coisas.
- Por que não é poupado quase nunca:
Tento fazer meu trabalho na academia, com o Thiago Maldonado, o Magoo. Chego 1h30 antes dos treinos, sempre me dedico nos treinos. Graças a Deus eu não me machuco muito. Tive duas ou três lesões em quase cinco anos aqui no Palmeiras, é bem pouco para um jogador que joga quase todas. Procuro fazer meu dia a dia aqui para estar sempre preparado nestes jogos.
- Cuidados na Libertadores:
A gente vai falar pelo ano passado, no jogo contra o Boca. Faltou um pouco de atenção naquele jogo, tínhamos tudo controlado e tomamos os gols em cinco minutos. Aqui em casa também tomamos gols que quase não tomávamos. Isto é decisivo em mata-mata. A gente passou por um momento um pouco difícil, mas se reencontrou de novo. Fazemos boas partidas, bons jogos. Contra o Grêmio precisamos da maior atenção para não dar brecha, estamos jogando contra uma equipe de grande qualidade. Um minuto de desatenção traz muito prejuízo.
- Posicionamento:
O Felipão dá liberdade para os três, eu estou pelo meio, pelos lados. Ele até pede para a gente se movimentar bem, e sem a bola precisa estar um em cada posição para preencher os espaços. Fazemos isso, todos se movimentam, até mesmo o centroavante volta para poder ajudar a gente na marcação. Isto confunde um pouco a marcação dos adversários.
- Decisão da Libertadores no Pacaembu:
A gente faz bons jogos no Pacaembu, a gente se sente em casa. O gramado é bom, do Allianz melhorou também, em vista de outras vezes que jogamos. A gente sabe que é difícil pelos shows, mas no Pacaembu a grama é boa, é um time de toque de bola e velocidade. Nos ajuda bastante lá.