- Havia uma instabilidade circunstancial de antes, de ter deixado empatar diante do Ceará após abrir 2 a 0 - disse Roger Machado, à ESPN, em 21 de setembro, ao tentar explicar a sua demissão no Palmeiras. A declaração deixa claro o peso que teve aquele 2 a 2 contra o então lanterna, em Fortaleza, diante do adversário do Verdão neste domingo, no Pacaembu.
Aquele empate no Castelão, em 10 de junho, aumentou de vez a impaciência com o antecessor de Luiz Felipe Scolari. Roger já carregava o peso do vice-campeonato paulista, perdendo em casa, nos pênaltis, a decisão para o arquirrival Corinthians. Antes de enfrentar o Ceará, tinha ganhado um novo voto de confiança ao se impor e vencer o Grêmio por 2 a 0, em Porto Alegre (RS). Mas a atuação no Nordeste reavivou todas as críticas.
O Palmeiras rapidamente fez 2 a 0, com Thiago Santos, aos seis, e Dudu, aos 23 minutos do primeiro tempo. O Ceará descontou três minutos depois, com Felipe Azevedo, e, mesmo assim, o Verdão diminuiu completamente o ritmo. Os comandados de Roger terminaram o jogo com mais posse de bola (58%), mas sofrendo quase o dobro de finalizações (17 do time nordestino, contra nove dos paulistas), em um exemplo do que era a equipe de Roger. A punição veio com o gol de empate de Elton, aos 42 do segundo tempo.
Naquele 10 de junho, Roger Machado não podia contar com Borja (estava com a seleção colombiana), Antônio Carlos, Guerra, Keno e Diogo Barbosa (machucados), e Bruno Henrique e Felipe Melo (suspensos). O técnico optou por escalar: Jailson; Marcos, Rocha, Thiago Martins, Edu Dracena e Victor Luis; Thiago Santos, Jean, Hyoran, Lucas Lima e Dudu; Willian.
Depois desse frustrante 2 a 2, Roger sofreu mais críticas por ficar no 1 a 1 diante do Flamengo, no Allianz Parque, após abrir o placar e ver o time perder totalmente o ritmo no segundo tempo. O técnico sobreviveu no cargo, trabalhou o time durante a Copa do Mundo e, depois do Mundial, empatou diante do Santos, no Pacaembu, sofreu para ganhar do Atlético-MG por 3 a 2, nos acréscimos, em casa, e acabou demitido após a apática atuação em derrota por 1 a 0 para o Fluminense, no Maracanã.
O LANCE! aponta o que mudou no Palmeiras daquele confronto para agora:
Classificação
O Palmeiras assumiria a vice-liderança se vencesse o Ceará, então lanterna do Brasileiro, naquele 10 de junho, e ficaria a seis pontos do líder Flamengo, seu adversário na rodada seguinte, mas o vacilo deixou o Verdão em quinto lugar, oito pontos atrás dos cariocas. Hoje, sob o comando de Felipão, o time está na ponta, com três pontos de vantagem em relação ao Inter, segundo colocado, e quatro à frente do Flamengo, que aparece em terceiro.
Goleiro
Jailson era o dono da posição, mas teve a sua penúltima chance na sequência como titular. Ouviu críticas por não defender a finalização de Elton, que sentenciou o 2 a 2 e, na rodada seguinte, foi expulso diante do Flamengo. Depois da Copa do Mundo, Weverton, que ficou no banco no Ceará, virou titular ainda com Roger Machado e mantém a condição com Felipão.
Deyverson
O camisa 16 não foi nem cotado para ser titular em Fortaleza, mesmo sem Borja, e passou a partida inteira no banco, vendo Willian ser a aposta de Roger como centroavante. Hoje, Deyverson tem sido titular no Campeonato Brasileiro, com Borja jogando Libertadores e Copa do Brasil, e é o artilheiro do time sob o comando de Scolari, com sete gols em 15 jogos com o técnico.
Moisés
O camisa 10 ficou no banco por opção de Roger em Fortaleza, mesmo sem o técnico poder contar com três meio-campistas (Guerra, machucados, e Bruno Henrique e Felipe Melo, suspensos). Hoje, é um dos homens de confiança de Felipão, jogando com frequência tanto no Brasileiro quanto na Libertadores e na Copa do Brasil, atuando como armador ou volante.
Zaga
Roger não tinha Antônio Carlos, machucado, e optou no Ceará por Edu Dracena e Thiago Martins como titulares, deixando Luan e Emerson Santos no banco. Hoje, Thiago e Emerson já saíram do clube, e Felipão transformou a zaga em um de seus pontos fortes: no Brasileiro, tem escalado Gustavo Gómez (que chegou neste semestre) e Luan, que ainda tem sido capitão, e optado por Edu Dracena e Antônio Carlos nas competições de mata-mata.